Mãe ‘fantasia’ filho de escravo para festa de Halloween em escola
Além de pintar o garoto branco como se ele fosse negro, a mulher também realizou uma maquiagem para simular marcas e feridas causadas por chicotadas
Por: Isabela Alves
Uma mãe fantasiou o próprio filho de 9 anos como escravo açoitado para a festa de Halloween de uma escola de classe média alta que ocorreu na última segunda-feira, 29, em Natal, no Rio Grande do Norte.
A mãe publicou as fotos do garoto nas redes sociais e as imagens causaram grande repercussão na internet. A maioria dos internautas fez duras críticas à fantasia, que foi considerada racista. Além de pintar o garoto branco como se ele fosse negro, a mulher também realizou uma maquiagem para simular marcas e feridas causadas por chicotadas, e o cobriu com roupas brancas e correntes.
Ao postar a foto, a mãe usou a seguinte legenda: “quando seu filho absorve o personagem! Vamos abrasileirar esse negócio! #Escravo”.
Já na sua conta do Twitter, a mulher escreveu: “Não leiam livros de História do Brasil. Eles dizem que existiu escravidão de negros no país, mas isso é mentira. Não discuta com essa afirmação, pois você estará sendo racista, A PIOR PESSOA, um lixo. Só não entendi ainda se o problema foi a fantasia ou o ’17’ na foto”.
O colégio onde ocorreu a festa emitiu uma nota afirmando que não compactua com tais expressões de racismo: “Lamentavelmente, a escolha do traje para a participação do Halloween, feita pela família do aluno, tocou numa ferida histórica do nosso país. Amargamos as sequelas desse triste período até os dias de hoje. Não incentivamos nem compactuamos com qualquer tipo de expressão de racismo ou preconceito, tendo os princípios da inclusão e convivência com a diversidade como norte da nossa prática pedagógica”.
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De acordo com o artigo 5º, XLII, da Constituição Federal de 1988, “a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei”.
Em nota, o Conselho Estadual de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (CONSEPPIR), vinculado à Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania (SEJUC), repudiou a atitude da mãe: “O CONSEPPIR/RN repudia as manifestações de ódio e todas as formas de racismo e discriminação. Tomaremos todas as medidas cabíveis junto aos órgãos competentes, como o Centro de Referência em Direitos Humanos da UFRN e o Ministério Público Estadual”.
Fonte: G1
Inácia Silveira
30/10/2018 @ 20:45
“a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei”.
Sabe no que vai dar isso??? Em nada!
Mulher branca e classe média alta…