Marshall: o advogado que lutou pela igualdade racial nos Estados Unidos
Marshall dedicou sua vida à luta pela igualdade racial, e se tornou o primeiro negro a servir na Suprema Corte dos Estados Unidos
Por: Isabela Alves
Thurgood Marshall foi um dos maiores ativistas dos direitos civis nos Estados Unidos. Ele ficou conhecido por seu trabalho em prol da justiça social para os afro-americanos e se tornou o primeiro negro a servir na Suprema Corte dos Estados Unidos, onde atuou entre 1967 e 1991.
Nascido em 2 de julho de 1908, ele foi o segundo filho de Norma e William Marshall. Marshall sempre foi um aluno com notas altas, no entanto, durante o ensino médio começou a provocar problemas na sala de aula. Como punição, ele foi obrigado a memorizar partes da Constituição dos Estados Unidos. Ao finalizar os estudos, ele já tinha decorado todo o livro.
Seu sonho sempre foi ir para a universidade, mas seus pais não tinham condições financeiras para pagar seus estudos. Por isso, ele começou a trabalhar como entregador e garçom enquanto ainda estava na escola para poupar dinheiro.
Ele iniciou sua educação jurídica na Universidade Lincoln e a terminou na Escola jurídica da Universidade Howard.
Para estudar e conseguir se sustentar, ele passou a trabalhar em três empregos. Na faculdade, ele se juntou a um grupo de advogados que atuavam no combate à discriminação racial. O grupo entendia que a base para a mudança seria a própria Constituição do país.
Após se formar em Direito em 1933, aos 25 anos, ele abriu o seu primeiro escritório em Baltimore. No entanto, por conta da Grande Depressão, ele só atendia clientes com queixas de multas de trânsito e pequenos furtos. Ele se associou então à Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor (NAACP) e conseguiu o seu primeiro grande caso.
Em 1930, Marshall representou professores afro-americanos em Maryland que estavam recebendo apenas metade do salário que os professores brancos ganhavam. Ele também trabalhou no caso Murray v. Pearson, no qual ajudou na admissão de um homem negro para a Faculdade de Direito da Universidade de Maryland, em 1935. Essa mesma escola havia o rejeitado cinco anos antes, por sua cor.
Marshall dedicou sua vida em prol da igualdade racial. Devido a toda a sua contribuição, em 1967, o presidente Lyndon B. Johnson indicou Marshall para a Suprema Corte.
Ele serviu a corte estadunidense até o início dos anos 90. Por conta de problemas na audição e visão, ele pediu demissão. Em 24 de janeiro de 1993, aos 84 anos, Marshall morreu de insuficiência cardíaca. Postumamente, ele recebeu a Medalha Presidencial da Liberdade pelo presidente Bill Clinton em novembro de 1993.
Em 2017, a sua história foi contada no filme ‘Marshall: Igualdade e Justiça’. O ator Chadwick Boseman interpretou Marshall.
Fontes: National Constitution Center, Legacy e Washington Post