Metade das crianças de até 5 anos no Brasil tem restrição de comida
São 6,5 milhões de crianças vivendo em lares que possuem algum tipo de insegurança alimentar, podendo chegar à fome
Uma nova pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que metade das crianças brasileiras vive em lares com algum grau de insegurança alimentar, isto é, que nem sempre têm acesso a alimentos suficientes e de qualidade. Isso representa 6,5 milhões de crianças com até cinco anos. Os dados forma colhidos em 2017 e 2018, e divulgados esta semana.
Existem três níveis de insegurança alimentar: leve, moderado e severo. Segundo o IBGE, “um domicílio é classificado com insegurança leve quando aparece preocupação com acesso aos alimentos no futuro e a qualidade da alimentação já está comprometida. Nesse contexto, os moradores já assumem estratégias para manter uma quantidade mínima de alimentos disponíveis. Trocar um alimento por outro que esteja mais barato, por exemplo. No segundo nível, de insegurança moderada, os moradores já têm uma quantidade restrita de alimentos. A insegurança grave aparece quando os moradores passaram por privação severa no consumo de alimentos, podendo chegar à fome”.
Em 2017-2018, 5,1% das crianças com menos de 5 anos e 7,3% das pessoas com idade entre 5 e 17 anos viviam em domicílios com insegurança alimentar grave. Há a indicação, portanto, de maior vulnerabilidade à restrição alimentar nas casas em que há crianças ou adolescentes.
“Quando um domicílio tem insegurança alimentar grave, há uma restrição maior de acesso aos alimentos, com uma redução da quantidade consumida para todos os moradores, inclusive crianças, quando presentes. E nesses lares pode ter ocorrido a fome, situação em que pelo menos alguém ficou o dia inteiro sem comer um alimento”, explica o gerente da pesquisa, André Martins.
Em todo o Brasil, 10,3 milhões de pessoas vivem em domicílios com insegurança alimentar severa. O nível de maior restrição no acesso a esses alimentos aparece com mais frequência nos domicílios localizados na área rural do Brasil. A proporção de insegurança alimentar grave foi de 7,1% nessas localidades, três pontos percentuais acima do observado na área urbana (4,1%).
Recentemente, uma liminar do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) que obrigava o governo do estado e a prefeitura do Rio de Janeiro a oferecerem merenda escolar aos alunos da rede de ensino durante a pandemia da Covid-19, mesmo sem aulas presenciais, foi derrubada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli.
Com a decisão, milhares de crianças podem ficar sem alimentação e passar fome durante a pandemia. E agravar mais ainda o mapa da fome no país.
Fonte: IBGE
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