Mortes por covid na faixa etária de Paulo Gustavo disparam no Brasil
De janeiro para cá, o número de casos de infecção por Covid-19 cresceu 626% entre pessoas de 40 a 49 anos, e o número de mortes pela doença neste grupo cresceu 419,23%, o maior aumento entre todas as faixas etárias
O ator, humorista e roteirista Paulo Gustavo estava internado em um hospital do Rio de Janeiro desde 13 de março, devido à Covid-19, e não resistiu às complicações da doença. Segundo boletim médico, o humorista morreu às 21h12 de terça-feira (04/05).
Paulo Gustavo foi uma das maiores revelações do humor no Brasil, e sua morte comoveu o país inteiro, além de personalidades internacionais. Até a cantora Beyoncé prestou homenagem ao humorista em seu site oficial.
Paulo Gustavo faleceu com apenas 42 anos, devido a complicações causadas pela Covid-19. O ator estava na faixa etária que mais teve aumento de óbitos no país.
De janeiro para cá, o número de casos de infecção por Covid-19 cresceu 626% entre pessoas de 40 a 49 anos, e o número de mortes pela doença neste grupo cresceu 419,23%, o maior aumento entre todas as faixas etárias. Os dados são do Sistema de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) sobre as Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRGA).
Na faixa etária entre 30 e 39 anos, o aumento foi de 565,08% nas infecções e 223,10% nas mortes. Na faixa etária de 50 a 59 anos, o percentual de aumento de infecções e mortes foi de 525,93% e 317,08%, respectivamente. Esses dados constam de um levantamento feito por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em boletim recente do Observatório Covid-19.
Esse cenário reflete o que tem sido chamado de ‘rejuvenescimento’ da pandemia de covid no Brasil, com mais jovens sendo internados e morrendo de complicações da doença.
O atraso na procura das vacinas foi cobrado pelos internautas no post publicado pelo presidente Jair Bolsonaro lamentando a morte do ator. O presidente chegou a recusar vacinas no ano passado, e até agora o presidente não se vacinou contra a Covid-19.
Segundo especialistas, o Brasil poderia estar vacinando sua população desde novembro do ano passado, se não houvesse a recusa das vacinas.
Paulo Gustavo deixa o marido, o dermatologista Thales Bretas, e seus dois filhos, Gael e Romeu, que têm um ano de idade.
Fonte: BBC Brasil