Mulher doa parte do fígado a menino do Amazonas com doença rara
Após se comover com post em rede social, Angela de Paula Barbosa decidiu doar parte do fígado a menino de apenas 3 anos que nasceu com atresia de vias biliares, uma doença rara que afeta recém-nascidos
Por: Juliana Lima
Nascido em Novo Aripuanã (AM), o pequeno Jadson Fonseca Ruiz foi diagnosticado aos quatro meses de vida com atresia de vias biliares, uma doença rara que afeta recém-nascidos e que pode acabar com o fígado. Hoje, aos três anos, o menino finalmente recebeu um transplante graças a uma doadora distante que se comoveu com sua história.
Como não havia um possível doador na família, Jadson e a mãe se mudaram para São Paulo na tentativa de encontrar alguém compatível. No entanto, as expectativas eram baixas e dois anos se passaram sem que mãe e filho obtivessem sucesso.
“Jadson [estava] na fila que tinha 60 crianças na frente dele e eu fui fazendo campanha. (…) Eu fazia e apareceram várias pessoas, mas depois eu não sei o que acontecia, as pessoas desistiam”, conta Francicléia Gonzales Fonseca, mãe da criança.
Foi então que, finalmente, uma publicação de rede social feita por Francicléia chegou à página de Angela de Paula Barbosa, de Taquaritinga (SP). Sensibilizada pela história, a vendedora de 36 anos decidiu doar parte do fígado imediatamente.
“Foi o coração. Quando eu vi a fotinha dele, falei: é isso que eu tenho que fazer. Eu senti na alma”, diz Angela.
No mesmo mês, a mulher entrou em contato e já começou a realizar todos os procedimentos para o transplante. “Os médicos são bem claros que há risco de morte tanto pra mim quanto pra criança. A pessoa tem que estar 100% certa do que está fazendo, porque é difícil uma cirurgia, é um transplante muito difícil, então eles são bem claros, não deixam dúvidas”, conta.
A cirurgia foi realizada no dia 24 de novembro no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, e o organismo de Jadson aceitou o órgão. Agora, a criança segue em recuperação no Hospital Menino Jesus, também na capital paulista, e ganhou uma nova perspectiva de vida, assim como a família, com esperanças renovadas.
“Foi uma mãe pro meu filho. Ela é a segunda mãe do Jadson, não tenho palavras pra agradecer”, diz Francicléia.
Angela, por outro lado, afirma que, apesar das dores e sequelas da retirada do órgão, sente-se orgulhosa e que faria tudo novamente caso fosse preciso. “É um anjinho. Ele está lutando pra viver, está começando agora, então tem que viver, precisa viver e vai viver. E eu falei que eu vou ver os netos dele. Vou ver ele casado, com a família dele, porque ele sofreu muito. Eu sou mãe de alma”, disse.
Fonte: G1