Mulheres com depressão procuram ajuda após chegar ao limite
De acordo com uma pesquisa dos Estados Unidos, mulheres diagnosticadas com depressão ou ansiedade só buscam ajuda profissional quando chegam no limite de sua saúde mental
Por Ana Clara Godoi
Duas em cada três mulheres diagnosticadas com depressão e ansiedade afirmam ter buscado ajuda após chegar à beira do limite de sua saúde mental. Entre aquelas sem diagnóstico, quatro em cada dez se encontram na mesma situação. Os dados são resultado de uma pesquisa nacional realizada nos Estados Unidos, entre fevereiro e março deste ano, pelo GeneSight Mental Health Monitor.
Ainda de acordo com a pesquisa, seis em cada dez mulheres relatam que o problema foi ignorado por parceiros, familiares ou amigos. Quando se sentem sobrecarregadas emocionalmente, 72% das mulheres optam por descansar e 31% acreditam que devem se esforçar mais. Somente 13% do público dizem que precisam procurar um especialista.
Para a psiquiatra Betty Jo Francher, profissional com mestrado em psicofarmacologia e doutorado em ciência médica, as mulheres “se sentem na obrigação de dar conta de tudo e às vezes nem conseguem admitir que estão enfrentando sérias dificuldades”.
Francher destaca que “se você está chorando debaixo do chuveiro ou não, arremessando coisas ou gritando no travesseiro, esses são sinais de que o limite foi ultrapassado e está na hora de buscar ajuda”.
A relutância em buscar auxílio, segundo a pesquisa, pode estar associada à forma como os problemas mentais são vistos pela família e amigos. Apenas 44% das mulheres conversam sobre o assunto, o que só traz efeitos negativos. O levantamento diz que as razões alegadas pelas entrevistadas com mais frequência para não procurar um especialista foram: acreditar que era somente uma fase; não querer que outras pessoas soubessem das dificuldades enfrentadas; não querer tomar nenhum tipo de medicação; falta de dinheiro para bancar um tratamento; e tempo insuficiente.
Fonte: G1