Mulheres ganham em média 20,5% menos que homens no Brasil
Pesquisa mostra que mulheres ganham em média 20,5% menos que homens mesmo quando estão na mesma ocupação com a mesma idade e escolaridade
Por Juliana Lima
As mulheres ganham em média 20,5% menos que homens no Brasil, mesmo quando comparamos trabalhadores de ambos os gêneros com o mesmo perfil de escolaridade e idade e na mesma categoria de ocupação. A informação é de um levantamento da consultoria IDados, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio do IBGE.
Os dados mostram ainda que a diferença salarial entre mulheres e homens no país, que vinha diminuindo desde 2012, voltou a crescer. Em 2020, elas ganhavam 19,70% menos que eles. “Quando comparamos grupos que são comparáveis, a mulher ainda ganha 20% a menos. É um problema estrutural na nossa sociedade e que está persistindo, e é preocupante porque ao mesmo tempo as mulheres têm uma escolaridade mais alta do que os homens”, diz Thais Barcellos, pesquisadora da consultoria IDados e autora do levantamento.
No 4º trimestre de 2021, as mulheres ocupadas tinham em média 10,2 anos de estudo, enquanto os homens tinham em média 9,8 anos.
De acordo com o IBGE, a renda média do trabalho caiu em 10,7% em 2021, atingindo seu menor valor em uma série histórica. No entanto, se comparadas as rendas médias por gênero, percebe-se que a queda foi maior para as mulheres. Enquanto a renda média dos homens caiu 10,42% (menos do que a média nacional), a das mulheres diminuiu 11,25%.
Além disso, a taxa de desemprego também é maior para as mulheres. Segundo a última pesquisa do IBGE, dos 12 milhões de brasileiros desempregados, 6,5 milhões são mulheres.
Para Thais Barcellos, a desigualdade reflete não apenas o machismo estrutural da sociedade, mas também a falta de políticas públicas que favoreçam o ingresso de mulheres em ocupações e formações de maior remuneração. “Tem uma conta que eu sempre gosto de fazer: como as mulheres ganham 20% menos, daria para trabalhar 20% menos então no ano. Só até 18 de outubro. É como se a cada ano a mulher trabalhasse 74 dias de graça”, diz.
Fonte: G1
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