Mundo já tem 65,6 milhões de refugiados e deslocados internos

Desse total, 9.552 vivem hoje no Brasil; estado com mais refugiados é SP

Por: Isabela Alves

65,6 milhões de pessoas no mundo encontram-se hoje na condição de refugiadas ou deslocadas internas, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur). São pessoas que abandonaram suas casas, familiares e amigos em busca da própria sobrevivência. E, muitas vezes, mesmo após chegarem a um novo local essas pessoas são vítimas de diversas violações de direitos humanos. “Muitos refugiados sofrem torturas, humilhações e chegam até a desaparecer”, explica a chefe do escritório do ACNUR em São Paulo, Maria Beatriz Nogueira.

A crise dos refugiados no mundo e a forma como o Brasil lida com a questão foram discutidas no último dia 20, durante o I Fórum sobre Imigrantes e Refugiados no Brasil, organizado pela Federação das Associações Muçulmanas do Brasil (FAMBRAS).

Aqui no Brasil, são 9.552 refugiados, de 82 nacionalidades. São Paulo é o estado que mais recebe solicitações de refúgio no país, com 26% do total. A Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo até criou órgãos específicos, como o Centro de Referência e Atendimento para Imigrantes (CRAI), para que essa população possa buscar ajuda.

O centro de acolhida já atendeu mais de 11 mil pessoas e oferece serviços a imigrantes e refugiados com fragilidade social, que geralmente vêm de situações de guerra e não sabem o idioma do país.

Segundo o coordenador do Centro de Direitos Humanos e Cidadania do Imigrante, Paulo Illes, é importante lembrar que “enquanto o país pode auxiliá-los na sua carência, os imigrantes e refugiados podem nos ajudar com seus conhecimentos. É preciso acabar com a intolerância e o preconceito, afinal o país foi construído por imigrantes”.

• A nova Lei de Migração no Brasil

A nova Lei de Migração, sancionada em maio de 2017, define os direitos e deveres de migrantes e visitantes no Brasil, regula a entrada e permanência de estrangeiros, e estabelece normas de proteção aos brasileiros no exterior. E um de seus principais pontos é a garantia de direitos básicos, como saúde e educação, a imigrantes.

A lei também instituiu o visto humanitário, que vai facilitar a acolhida de pessoas que tenham enfrentado desastres ambientais, conflitos armados ou violações de direitos humanos em seus países de origem. Além disso, a lei repudia qualquer tipo de preconceito ou discriminação contra os estrangeiros.