Negócio social criado por ex-detendo doa máscaras para penitenciárias
A Estamparia Social foi criada para capacitar e empregar egressos do sistema penitenciário e, com o avanço do novo coronavírus, passou a produzir máscaras e doar uma parte para unidades prisionais
Por: Mariana Lima
A microempresa de impacto social Estamparia Social emprega pessoas que encontram resistência no mercado de trabalho: egressos do sistema prisional.
Todos, dos costureiros ao fundador, Robson Arruda, possuem alguma experiência de restrição da liberdade em unidades prisionais de São Paulo. E é justamente por saberem da realidade das penitenciárias paulistas que eles decidiram tomar uma atitude para conter o avanço do novo coronavírus nesses espaços.
A empresa atua com a produção têxtil, sendo a venda de camisetas promocionais para eventos e marcas a principal fonte de renda. Com a pandemia do novo coronavírus, muitos pedidos foram cancelados.
Assim, com a diminuição da produção principal, a empresa começou a fazer máscaras para vender, além de aproveitar camisetas com defeito para transformá-las em máscaras para doar. A cada máscara vendida, são doadas cinco.
A primeira remessa de doação com 1.500 unidades foi destinada à penitenciária em Hortolândia, interior paulista. Além das unidades prisionais, estão previstas doações para albergues e centros de acolhimento. Como medida de segurança, todas as máscaras são esterilizadas após a confecção.
Além dos detentos, o objetivo é atender os agentes penitenciários, uma vez que são eles os que mais têm contato com o mundo externo.
Há três anos, a microempresa vem atuando em prol de egressos do sistema penal. Apesar do foco na produção, a iniciativa buscar capacitá-los por meio de cursos aplicados também a ex-detentos que passaram por centros de acolhida do município.
Além de empregar egressos do sistema penitenciário, a Estamparia Social os capacita para atuarem no ramo têxtil em outras empresas.
Atualmente, quatro pessoas que já passaram pela capacitação trabalham na iniciativa, que contou com incentivos de editais de uma empresa de seguros e da organização BrazilFoudation para existir. Ao todo, 180 alunos já foram capacitados.
Fonte: UOL – ECOA