Nobel da Paz, ele ficou preso 27 anos por lutar contra o Apartheid
Nelson Mandela foi um dos maiores símbolos internacionais da luta pela igualdade racial, tendo combatido durante décadas o apartheid.
Nelson Mandela foi um dos maiores símbolos internacionais da luta pela igualdade racial, tendo combatido durante décadas o regime de segregação então vigente na África do Sul. No apartheid, era proibido o casamento inter-racial; espaços públicos como escolas e hospitais eram separados entre locais para brancos e locais para negros.
Nelson Mandela foi o primeiro presidente negro da África do Sul. Foi o líder do movimento contra o Apartheid – legislação que segregava os negros no país. Condenado em 1964 à prisão perpétua, foi libertado em 1990, depois de grande pressão internacional.
Em 1939, Mandela ingressou no curso de Direito, na Universidade de Fort Hare, a primeira Universidade da África do Sul a ministrar cursos para negros. Por se envolver em protestos, junto com o movimento estudantil, contra a falta de democracia racial na instituição, foi obrigado a abandonar o curso. Mudou-se para Joanesburgo, onde se deparou com o regime de terror imposto à maioria negra.
Apoiados nas ideias de superioridade racial do branco, instituíram no país leis que sustentaram o regime de “apartheid” (separação) durante longos anos. Era proibido o casamento inter-racial, era obrigado o registro da raça na certidão; brancos e negros viviam em áreas separadas, onde as escolas, hospitais e todos os locais públicos eram separados pela cor da pessoa.
A Lei de Direitos Sobre a Terra, de 1913, destinou 87% do território à minoria branca. O apartheid não permitia o acesso dos negros às urnas e os proibia de adquirir terras na maior parte do país, obrigando-os a viver em zonas residenciais segregadas, uma espécie de confinamento geográfico.
Muitos homens e mulheres da comunidade negra sul-africana dedicaram suas vidas a essa grande causa: o fim do apartheid. Um dos mais notáveis líderes do movimento negro da África do Sul foi Nelson Mandela. Em 1944, junto com Walter Sisulo e Oliver Tambo, fundou a Liga Jovem do Congresso Nacional Africano (CNA), que se tornou o principal instrumento de representação política dos negros.
Em 1960, diversos líderes negros foram perseguidos, presos, torturados, assassinados ou condenados. Entre os perseguidos estava Mandela, que em 1964 foi condenado à prisão perpétua. Na década de 80, intensificou-se a condenação internacional ao apartheid que culminou com um plebiscito (só de pessoas brancas) que terminou com a aprovação do fim do regime. No dia 11 de fevereiro de 1990, depois de 27 anos, o então presidente da África do Sul, Frederik de Klerk, libertou Mandela.
Ao sair da prisão, Mandela faz um discurso chamando o país para a reconciliação: “Eu lutei contra a dominação branca e lutei contra a dominação negra. Eu tenho prezado pelo ideal de uma sociedade democrática e livre, na qual todas as pessoas possam viver juntas em harmonia e com iguais oportunidades. É um ideal pelo qual eu espero viver e que eu espero alcançar. Mas caso seja necessário, é um ideal pelo qual eu estou pronto para morrer”.
Em 1993, Nelson Mandela e o presidente assinaram uma nova Constituição sul-africana, pondo fim a mais de 300 anos de dominação política da minoria branca, preparando a África do Sul para um regime de democracia multirracial. Nesse mesmo ano, receberam o Prêmio Nobel da Paz, pela luta em busca dos direitos civis e humanos no país.
Mandela conseguiu a realização das eleições multirraciais em abril de 1994. Seu partido saiu vitorioso e Mandela foi eleito presidente da África do Sul. Finalmente, seu governo, com maioria no parlamento, acabou aprovando importantes leis em favor dos negros. Mandela governou até 1999, quando conseguiu eleger seu sucessor. Em 2006, foi premiado pela Anistia Internacional por sua luta em favor dos direitos humanos. Nelson Mandela morreu em 5 de dezembro de 2013, aos 95 anos.
Pelo menos 90 chefes de Estado ou de Governo, alguns ex-líderes, integrantes de famílias reais, líderes religiosos e artistas foram a África do Sul para a cerimônia oficial em homenagem a Nelson Mandela. O príncipe Charles da Inglaterra, participou também do funeral do Nobel da Paz.
O presidente americano na época, Barack Obama, e sua esposa Michelle, também compareceram. Três de seus predecessores, Jimmy Carter, George W. Bush e Bill Clinton, acompanhados da ex-primeira-dama e secretária de Estado Hillary Clinton, também foram dar adeus ao símbolo da luta contra o Apartheid. A presidente do Brasil, na época Dilma Rousseff, compareceu ao funeral com quatro de seus predecessores: José Sarney, Fernando Collor de Mello, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, representaram o país na cerimônia.
Dada a sua importância para o mundo, no dia 18 de julho comemora-se o Dia Internacional Nelson Mandela, instituído em 2009 por uma Resolução da ONU.
A data, mesma em que Mandela aniversariava, homenageia a atuação do sul-africano em resolução de conflitos, relação entre as raças, luta pela liberdade, justiça e promoção dos Direitos Humanos, reconhecendo sua dedicação a favor da igualdade racial, e sobretudo sua luta contra as duras políticas do Apartheid (sistema de segregação racial vigente na África do Sul).
Fontes: ebiografia, Wikipédia e Brasil Escola