O famoso escritor brasileiro que foi internado em um hospício
Em 1911, Lima Barreto publicou o famoso romance ‘Triste Fim de Policarpo Quaresma’
Afonso Henriques de Lima Barreto, mais conhecido como Lima Barreto, nasceu no Rio de Janeiro, no dia 13 de maio de 1881. Foi um jornalista e escritor que publicou romances, sátiras, contos, crônicas e uma vasta obra em periódicos, principalmente em revistas populares ilustradas e periódicos anarquistas do início do século XX.
Lima Barreto era filho do tipógrafo João Henriques de Lima Barreto e da professora Amália Augusta, ambos filhos de mulheres que haviam sido escravizadas e homens brancos.
A mãe de Lima Barreto morreu quando ele tinha apenas 6 anos e seu pai trabalhou muito para sustentar os quatro filhos do casal.
Em abril de 1907, Lima Barreto fez suas primeiras contribuições para uma revista de grande circulação, ao se tornar secretário da Fon-Fon, a pedido do poeta e jornalista Mário Perdeneiras.
Em 1911, publicou o romance ‘Triste Fim de Policarpo Quaresma‘ nas páginas do Jornal do Commercio, pagando do próprio bolso a edição em livro lançada em dezembro de 1915. Nessa época, tornaram-se mais agudas as crises de alcoolismo e depressão do escritor, o que provocou sua primeira internação no Hospital de Alienados, em 1914.
Em 1916, colaborou com a revista ABC, publicando alguns textos em periódicos de viés socialista. Passados quatro anos da primeira internação no Hospital dos Alienados devido ao alcoolismo, seus problemas de saúde pioraram e Lima Barreto foi aposentado em dezembro de 1918. No ano seguinte, 1919, publicou o romance ‘Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá’ pela editora Revista do Brasil, de Monteiro Lobato.
Os períodos de internação no hospício resultaram na composição de diversos diários e no romance inacabado ‘Cemitério dos Vivos’, do qual trechos foram publicados em 1921, mesmo ano em que o autor apresentaria sua terceira candidatura à Academia Brasileira de Letras (nas duas tentativas anteriores, fora preterido; nesta última, o próprio escritor desistiria antes das eleições).
Com a saúde cada vez mais debilitada, Lima Barreto faleceu de um colapso cardíaco, no dia primeiro do mês de novembro de 1922, aos 41 anos, em sua casa, no bairro de Todos os Santos do Rio de Janeiro. Seus restos mortais estão junto com o de seu pai, falecido 2 dias depois do filho.
Em 2016, uma vasta parte de sua obra escrita publicada sob pseudônimos foi descoberta por Felipe Botelho Corrêa, que organizou o livro ‘Sátiras e Outras Subversões’, que traz à tona 164 textos que permaneciam inéditos em livro.
Lima Barreto foi homenageado, no carnaval do Rio de Janeiro de 1982, pela Escola de Samba GRES Unidos da Tijuca, com o samba-enredo ‘Lima Barreto, mulato pobre mas livre’.
Lima Barreto também foi o homenageado da 15ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), quando foi lançada sua mais recente biografia ‘Lima Barreto – Triste Visionário’, de Lilia Moritz Schwarcz, publicada pela Editora Companhia das Letras.
Maria Negrissima Maciel
17/12/2019 @ 10:09
Lima Barreto foi um foi um grande e autentico critico social e contra as mazelas do cristianismo e foi também o primeiro intelectual afro- antissemita brasileiro.
MAURICIO MACHADO GALVAO
10/04/2023 @ 14:16
na verdade Machado de Assis também era afrodescendente, por mais que elite tente embranquece-lo. Por exemplo, Para o considerado crítico literário norte-americano Harold Bloom, Machado de Assis é o maior escritor negro de todos os tempos
Brasil: 20% das crianças e dos adolescentes têm direito à educação violado
26/02/2020 @ 12:23
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