ONG recebe prêmio por projeto de incentivo à cultura digital
O objetivo é ajudar comunidades escolares a estimular a leitura e a literatura entre os estudantes de escolas públicas
O projeto “E se eu fosse o autor? – Laboratórios criativos de leitura e cultura digital” foi o vencedor da 16ª edição do Prêmio Péter Murányi – Educação. A iniciativa foi criada pela ONG Casa da Árvore e já atendeu mais de mil crianças e adolescentes matriculados em cerca de 60 escolas públicas de quatro estados brasileiros.
Segundo a presidente da ONG Casa da Árvore, Leila Dias, essa é uma tecnologia social que tem o objetivo de ajudar comunidades escolares a repensarem de maneira inovadora o estímulo à leitura e à literatura entre os estudantes de escolas públicas brasileiras. Para isso, reúne um conjunto de práticas educativas e formativas que explora o ato da leitura integrado à ampliação de habilidades e expressão, por meio de linguagens midiáticas, como vídeo, imagem e hipertexto. Dessa forma, o projeto aproxima a literatura do contexto digital.
Dentre os principais resultados está o aumento do índice de leitura literária espontânea dos estudantes participantes. Segundo pesquisa realizada entre 2013 e 2014, quando os alunos entraram no projeto, 31% não recordavam de nenhum livro lido nos últimos três meses; 57% lembraram-se de um ou dois títulos; e 12% citaram quatro ou cinco obras. Após três meses de atividades, todos os participantes lembraram, no mínimo, de dois títulos lidos; 37,5% leram três ou quatro obras; e 50% leram entre cinco e sete livros.
“É muito difícil conseguir recursos para instituições. Por isso, quando um prêmio concede esse reconhecimento, o processo torna-se recompensador, pois não se exigem metas e toda a preocupação da organização gira em torno da qualidade e humanização do trabalho” observa a representante do trabalho vencedor.
Segundo a presidente da Fundação Péter Murányi, Vera Murányi Kiss, houve um aumento na qualidade dos projetos. “Observamos que todos têm procurado agregar conteúdos cada vez mais consistentes, processos condizentes com a realidade contemporânea e inovação. O trabalho vencedor é um exemplo, pois acrescenta muita informação, debate e incentiva a criatividade. Conhecimento é uma necessidade e poder usar a estrutura de um projeto para melhorar a qualidade da educação é importante. Assim, é gratificante para a Fundação premiar essa iniciativa”.
Em cerimônia oficial, no mês de abril, o grupo vencedor será contemplado com R$ 200 mil, troféu e certificado de reconhecimento público.