ONU: “estamos vivendo um colapso climático em tempo real, e o impacto é arrasador”
Na abertura da conferência em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) divulgou o relatório preliminar do Estado Global do Clima. Em mensagem de vídeo que acompanhou o lançamento do estudo, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que “estamos vivendo um colapso climático em tempo real, e o impacto é arrasador”.
Com a presença de mais de 160 líderes mundiais, começou nesta quinta-feira (30/11) a 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28).
Na abertura da conferência em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) divulgou o relatório preliminar do Estado Global do Clima.
Em mensagem de vídeo que acompanhou o lançamento do estudo, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que “estamos vivendo um colapso climático em tempo real, e o impacto é arrasador”.
O documento ressalta que o ano de 2023 quebrou diversos recordes climáticos e foi assolado por condições meteorológicas extremas que deixaram um “rastro de devastação e desespero”.
A temperatura média global próxima à superfície até outubro foi cerca de 1,4°C acima da média da era pré-industrial. O valor está bem acima dos recordes anteriores registrados em 2016, que chegou a 1,29°C e 2020, que chegou a 1,27°C. A OMM considera que os dois últimos meses do ano não vão mudar essa classificação.
Para Guterres, “o calor global recorde deveria causar arrepios na espinha dos líderes mundiais” e isso deveria “levá-los a agir”.
A OMM destaca também que os últimos nove anos, de 2015 a 2023, foram os mais quentes já registrados. O evento El Niño, que surgiu durante a primavera no Hemisfério Norte, deverá aumentar ainda mais o calor em 2024.
O secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, enfatizou que “os níveis de gases de efeito estufa são recordes. As temperaturas globais são recordes. A subida do nível do mar é recorde. O gelo marinho da Antártida está em uma baixa recorde”.
Segundo ele, esse cenário representa “uma cacofonia ensurdecedora de recordes quebrados” e o risco de um clima “cada vez mais inóspito”.
Taalas alertou que as estatísticas revelam “o risco de perder a corrida para salvar as geleiras e controlar a subida do nível do mar”.
Nesta terça-feira, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), divulgou um estudo apontando que até o fim do século, 5% ou mais da área habitável de diversas cidades costeiras pode estar submersa. Dentre elas, Santos e Rio de Janeiro, no Brasil.
Na véspera da abertura da COP28, o secretário executivo da ONU sobre Mudanças Climáticas, Simon Stiell, disse que a conferência acontece em momento em que a crise climática entra em uma nova fase e mostra toda a sua força, prejudicando bilhões de pessoas e custando trilhões em prejuízos econômicos.
Fonte: ONU News