Papo de Sapo: série de animação musical narra descobertas científicas
Com o objetivo de tornar a ciência mais acessível, canal ‘Papo de Sapo’ no Youtube tem série de animação musical em que sapos cantam sobre descobertas científicas
Por Juliana Lima
Músico, desenhista e cientista, Raoni Rebouças é a pessoa por trás do canal do Youtube ‘Papo de Sapo’, uma série de animação musical em que sapos narram descobertas científicas por meio de músicas de rock, blues, baião, moda de viola, merengue e até vaneira, um estilo musical de Havana. O objetivo é tornar a ciência mais interessante e fácil para o público leigo.
Tudo começou antes da pandemia, quando Raoni estava dando uma palestra para alunos da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) sobre sua pesquisa de pós-doutorado no Laboratório de História Natural de Anfíbios Brasileiros (LaHNAB), do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (IB-Unicamp). Desafiado pelos alunos sobre formas de ampliar a discussão para outros públicos, o cientista decidiu unir seus dons artísticos para criar o canal.
“Tínhamos acabado de publicar um trabalho sobre as diferenças nos tamanhos e vocalizações de sapos em ilhas quando aconteceu a Marcha Virtual Pela Ciência [em maio de 2020]. Então compus o ‘Blues do sapo gigante‘, gravei todos os instrumentos e chamei um colega para gravar a voz. Foi o ponto de partida para o primeiro vídeo, que acabou levando a um pico de acessos ao artigo. Percebi que não dava para parar”, conta Raoni, que desenha desde a infância e fez um curso de animação antes de começar o canal.
Agora, o canal conta com 12 clipes e uma série de parceiros, como Daniel Gonzaga, filho do cantor Gonzaguinha e neto de Luiz Gonzaga. Ele canta um forró sobre a descrição da espécie Pithecopus gonzagai, que recebeu o nome em homenagem a seu avô e é encontrada ao norte do rio São Francisco. O sucesso foi tão animador que agora Raoni e a equipe pretendem lançar uma série de TV com seus sapos musicais.
“O canal traz divulgação para nossos trabalhos de maneira muito bem-feita e divertida, sem deixar de levar a sério a informação científica. Agora recebo vídeos de crianças cantando as músicas e, de certa forma, divulgando entre outras crianças e o público não acadêmico conhecimento científico que outrora se manteve limitado aos cientistas”, destaca.
Fonte: Conexão Planeta