Para 73% dos alunos, professores da rede pública de SP não são valorizados
Para todos os grupos (99% dos estudantes, 95% dos professores e 98% das famílias) ouvidos pela pesquisa, o governo estadual deveria investir mais em educação. Para o mesmo percentual, uma escola bem cuidada e bem equipada é fundamental para uma educação de qualidade; professores valorizados e motivados são apontados como fundamentais para a qualidade da educação.
Pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva e pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), feita com a comunidade escolar (estudantes, professores e pais de alunos), revelou que 73% dos alunos acham que os professores da rede pública do estado de São Paulo não são valorizados. Entre os pais, 75% concorda que os professores não são valorizados e o número sobe para 89% entre os professores.
Quanto aos professores ganharem menos do que deveriam, 76% dos estudantes consideram ser verdade, seguidos por 74% dos familiares e 92% dos professores.
Segundo a presidente da Apeoesp, Maria Izabel Azevedo Noronha, conhecida como professora Bebel, os dados confirmaram a percepção diária do que os professores já enfrentavam e levavam para as mesas de conversa com o governo.
Ela destacou que foi preciso passar por uma pandemia para que a sociedade desse importância ao papel dos profissionais da educação e da escola como estrutura.
“A pesquisa retrata o dia a dia dos professores, com sofrimento, adoecimento e problemas de saúde mental. Quando pensamos em valorização não pensamos só no dinheiro, que é importante e impacta negativamente na falta de profissionais, mas falta toda a interface que garante um ensino de qualidade”, afirmou Bebel.
Segundo a pesquisa inédita “Ouvindo a comunidade escolar: desafios e demandas da educação pública de São Paulo”, divulgada nesta terça-feira (23/05), para 94% dos estudantes da capital paulista, o retorno às aulas presenciais ocorreu com mais dificuldade de concentração e menor participação nas aulas.
Para todos os grupos (99% dos estudantes, 95% dos professores e 98% das famílias), o governo estadual deveria investir mais em educação. Para o mesmo percentual, uma escola bem cuidada e bem equipada é fundamental para uma educação de qualidade e que professores valorizados e motivados são fundamentais para a qualidade da educação.
De acordo com o estudo Education at a Glance 2021, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a média do salário inicial dos professores brasileiros dos anos finais do ensino fundamental é a menor entre 40 países analisados. Entre as nações com remunerações iniciais mais baixas para os docentes, o Brasil fica atrás apenas da Costa Rica, Hungria e Letônia.
O documento revela que, em média, o Brasil paga cerca de 13,9 mil dólares anuais. A média nos países membros e parceiros da OCDE analisados é de 35,6 mil. Os salários iniciais mais altos, em Luxemburgo e na Alemanha, passam de 70 mil dólares por ano.
Fonte: R7