Pesquisadores revelam que pegadas de 3,7 milhões de anos são de humano
Estudo publicado na revista Nature revela que pegadas de 3,7 milhões de anos na Tanzânia são de um ser humano pré-histórico
Pesquisadores acreditavam que pegadas encontradas em 1976 no sítio de Laetoli, na Tanzânia, seriam de urso. Porém, um novo estudo publicado em dezembro do ano passado, na revista Nature, revela que as pegadas com milhões de anos são, na verdade, de um ser humano pré-histórico.
As marcas são datadas de cerca de 3,7 milhões de anos atrás. Elas estavam perto de pegadas humanas descobertas em 1978 pela paleontóloga Mary Leakey que são consideradas as evidências mais antigas da nossa capacidade de andar eretos.
Porém havia ainda muita confusão sobre os rastros atribuídos a um urso, em especial nos últimos 30 anos, com o surgimento de novas revelações sobre a diversidade de espécies de hominídeos. Os pesquisadores então resolveram avaliar novamente a descoberta, feita em uma área chamada “sítio A”.
A equipe de pesquisa foi até Laetoli. Lá, eles escavaram de novo e limparam cinco pegadas. Assim, encontraram novos indícios sobre a autoria humana delas, como uma grande impressão do calcanhar e do dedão do pé.
Em seguida, as pegadas de “A” foram medidas, fotografadas e digitalizadas em 3D. E então comparadas com as de ursos-negros (Ursus americanus), chimpanzés ( Pan troglodytes) e humanos modernos (Homo sapiens).
Os ursos eram do centro de resgate Kilham Bear Centre, no estado norte-americano de New Hampshire. Os animais foram atraídos com xarope de bordo ou molho de maçã para caminharem sobre as duas patas traseiras e câmeras os filmaram por 50 horas. Em menos de 1% do tempo, eles ficaram de pé, o que indica que seria improvável a espécie ter deixado as pegadas em Laetoli.
“Eles são incapazes de andar com um estilo semelhante ao das pegadas do sítio ‘A’, pois sua musculatura do quadril e o formato do joelho não permitem esse tipo de movimento e equilíbrio”, detalha Jeremy DeSilva, professor que colaborou com o estudo, em comunicado.
Vale lembrar que os achados de hominídeos não se restringem ao território analisado. O sítio arqueológico de Laetoli é conhecido também por suas pegadas de humanos primitivos nos sítios “G” e “S”, onde havia Australopithecus afarensis, mesma espécie do famoso esqueleto “Lucy”. No entanto, as pegadas estudadas na pesquisa são diferentes das deixadas por essa espécie humana ancestral.
Fonte: Revista Galileu