Pessoas estão ganhando dinheiro do Youtube com vídeos antivacinas
Vídeos antivacinas com milhares de visualizações no Youtube incentivam as pessoas que já tiveram covid-19 a não se vacinarem. Único jeito de controlar a pandemia é com vacinação em massa
Em um país com mais de meio milhão de mortos por covid-19, a vacinação é a única alternativa para controlar a pandemia. Os números já mostram que, mesmo lenta, a vacinação no Brasil está tendo efeito. Nas últimas semanas, caíram os números de mortes e internações em todo o país.
Mesmo com a vacinação sendo de extrema importância, vídeos no YouTube com milhares de visualizações incentivam as pessoas que já tiveram covid-19 a não tomarem a vacina.
Um vídeo que chama atenção é intitulado ‘Quem TEVE COVID, tem QUE SE VACINAR? Dr. Paulo Porto’. O vídeo diz aos 2 minutos e 48 segundos que quem já se infectou não deve tomar a vacina, porque já está imunizado.
O Dr. Paulo, como se apresenta, diz que quem pegou covid-19 não deve tomar a vacina porque já tem a “vacina natural” e esse efeito dura 13 meses e, segundo ele, estudos estão vendo que pode durar a vida toda. O vídeo tem mais de 44 mil visualizações e é monetizado. Isso quer dizer que o YouTube paga ao seu criador para mostrar anúncios durante o vídeo.
A informação do vídeo, no entanto, está totalmente errada. Como o coronavírus envolve diferentes variantes, é possível que uma pessoa que já teve a doença a apresente de novo. As variantes, inclusive, tornam inviável a ideia de imunidade de coletiva natural, sem vacinação em massa.
Existem até mesmo casos de mortes por covid-19 em caso de reinfecção. Foi o que aconteceu com a jovem Amanda Carvalho de Lima, de 21 anos, que se recuperou da Covid-19 em junho do ano passado, mas morreu em junho de 2021 após ser infectada pela segunda vez.
“Está mais do que claro que ainda não existe tratamento precoce ou remédio contra o vírus. A única solução para voltar ao normal com segurança é que toda a população seja vacinada”, diz o médico infectologista André Baptista, do Instituto Emílio Ribas.
Ele lembra que milhares de casos de reinfecção acabam com mortes, e a importância das pessoas que tiveram covid-19 serem vacinadas.
“Não acreditem em vídeos que falam que pessoas que foram infectadas não devem se vacinar ou tomar apenas uma dose da vacina”.
O médico lamenta os vídeos que circulam passando desinformação no país: “É muito triste ver a dimensão que esses vídeos alcançam. É muito triste ver colegas de profissão ajudando a passar essa desinformação. Precisamos acreditar na ciência. Tomar todas as doses recomendadas, independentemente de ter tido covid ou não. Isso é fundamental para o controle da pandemia.”
Mesmo denunciado, o vídeo continua sendo veiculado, inclusive com anúncios do YouTube.
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