PF investiga tráfico internacional de órgãos humanos do AM para Ásia
Um professor da Universidade Federal do Amazonas está sendo investigado pelo crime de tráfico internacional de órgãos humanos de Manaus para Singapura, na Ásia
A Polícia Federal iniciou a Operação Plastina, que investiga um caso de tráfico internacional de órgãos humanos de Manaus para Singapura, na Ásia.
Segundo as investigações, o professor de anatomia da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Helder Bindá Pimenta, enviou uma mão e três placentas humanas para o artista indonésio Arnold Putra. O homem já causou polêmica nas redes sociais por produzir uma bolsa que tinha como alça uma coluna vertebral humana.
A operação também cumpriu um mandado de afastamento de função pública. Os documentos foram expedidos pela 4ª Vara Federal Criminal da SJAM. Em nota, a UEA informou que um professor concursado da disciplina de anatomia foi afastado por 30 dias por suspeita de traficar órgãos humanos, após ordem da Justiça Federal.
De acordo com a instituição, foi realizada busca e apreensão pela Polícia Federal de um computador e de peças anatômicas tratadas por meio de plastinação, utilizadas como prática de ensino da disciplina, no laboratório de anatomia.
A plastinação é o procedimento técnico e moderno da preservação de matéria biológica, que consiste basicamente em extrair os líquidos corporais através de métodos químicos resultando em tecidos secos, inodoros e duráveis.
No Brasil, entre o período de 2017 e 2020, a Polícia Federal instaurou 422 inquéritos de tráfico humano interno e internacional. O maior objetivo dos crimes era o trabalho análogo à escravidão (36%) e, em segundo lugar, a remoção de órgãos (23%).
O dado é do Relatório Nacional sobre o Tráfico de Pessoas, divulgado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. A pesquisa, elaborada pelo Escritório das Nações Unidas para Drogas e Crime, abrange informações entre o período de 2017 e 2020.
Segundo o Ministério, dentre as possíveis vítimas desse crime que precisaram de atendimento, 37,2% correspondem a crianças e adolescentes e 63% eram negras.
O professor da Universidade do Estado do Amazonas foi afastado das atividades de docente e está sendo investigado pela Polícia pelo crime de tráfico internacional de órgãos humanos, com pena de até 8 anos de reclusão.
Fonte: G1