Prêmio Vladimir Herzog destaca trabalhos em defesa da Democracia
No dia da Democracia, a cerimônia da 44ª edição do Prêmio Vladimir Herzog homenageou sete categorias da imprensa e defendeu a Democracia, a Cidadania e os Direitos Humanos
Por Julia Bonin
Em sua 44ª edição, o Prêmio Vladimir Herzog presta homenagem e reconhece o trabalho de jornalistas, repórteres fotográficos e artistas que, por meio de seu trabalho cotidiano, defendem a Democracia, a Cidadania e os Direitos Humanos. Foram escolhidos vencedores para sete categorias e a cerimônia oficial aconteceu na noite de ontem (25), no Tucarena, em São Paulo.
O dia 25 de outubro marca a morte do jornalista Vladimir Herzog, torturado e morto nas dependências do DOI-Codi, aparelho repressivo da Ditadura Militar, em São Paulo. Conhecido por seus trabalhos jornalísticos e audiovisuais, Herzog começou a ser vigiado pelos agentes de repressão sob a suspeita de envolvimento com o Partido Comunista Brasileiro (PCB). Além da tortura e violência, forjaram uma falsa versão de suicídio. No entanto, a farsa não se sustentou e o caso comoveu a população e colegas de profissão, transformando Vlado em um símbolo da luta contra o período militar no país.
A data também marca o dia da Democracia, instituída pela Organização das nações Unidas (ONU) para recordar a assinatura da Declaração Universal da Democracia, que coloca que “a democracia é um direito básico de cidadania, a ser exercido em condições de liberdade, igualdade, transparência e responsabilidade, com o devido respeito à pluralidade de pontos de vista, no interesse da comunidade”.
Premiação
O prêmio contou com 528 produções inscritas em sete categorias: arte, fotografia, produção jornalística em áudio, produção jornalística em multimídia, produção jornalística em texto, produção jornalística em vídeo, livro-reportagem. Os vencedores foram selecionados por representantes das entidades que compõem a Comissão Organizadora, em sessão pública presencial no Espaço Vladimir Herzog do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo.
As jornalistas Kátia Brasil e Elaíze Farias, criadoras do portal Amazônia Real, e o médico Dráuzio Varella foram homenageadas com o troféu símbolo do Prêmio. O jornalismo defensor das causas amazônicas praticado pelo portal Amazônia Real foi avaliado como uma luta que “revigora o papel dos Direitos Humanos no Brasil”. Já a homenagem a Dráuzio Varella diz respeito ao reconhecimento de seu papel na popularização do conhecimento no campo da saúde, especialmente, em relação ao sistema prisional brasileiro.
O Prêmio Vladimir Herzog, que teve sua primeira edição em 1979, estimula personalidades e profissionais do jornalismo e das artes a tratarem de causas relevantes da Democracia, da Cidadania, da Justiça Social e dos Direitos Humanos.