Presidente da CBF diz que sofreu preconceito por ser baiano e negro
Em seu primeiro discurso após ser eleito presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues falou do preconceito que sofreu “por ser baiano, do interior e negro”
O novo presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, usou seu primeiro discurso após a eleição para falar do preconceito que sofreu “por ser baiano, do interior e negro”. A eleição foi realizada nesta quarta-feira (23/03), na sede da entidade.
“São nove meses de todo esse tipo de situação, de injúrias, de infâmias. Hoje, a democracia venceu. Não preparei discurso porque passei esse tempo me defendendo do preconceito, tenho caráter ilibado. Sofri todo tipo de pressão e preconceito. Tive meus telefones grampeados, meus e-mails violados”, disse Ednaldo.
“Preconceito por ser do Nordeste, por ser baiano, por ser do interior, por ser negro. Essa é a grande realidade e a grande resposta. Não fui só eu que disse não a esses preconceitos. Agradeço as 26 federações, aos 20 anos de clubes, os 20 clubes da Série B. Todos os nossos membros de chapas”, acrescentou o presidente eleito. Ednaldo ainda afirmou que nunca entrou no helicóptero da CBF.
“Temos duas aeronaves, o jatinho e o helicóptero. Sei que existe, mas nunca entrei. Não vou entrar porque, a partir deste momento, convocarei as assembleias para que possa fazer a venda dessas aeronaves. O presidente é humilde e sempre viajou em avião de carreira. O custo dessas aeronaves por ano é de R$ 13 milhões. Se consideramos no mandato de quatro anos, será de R$ 60 milhões. Vamos usar esse dinheiro na estrutura.” Ednaldo estava como presidente interino desde agosto do ano passado e, hoje, foi eleito com 137 votos.
O mandato dele começa agora e vai até março de 2026. Ele era candidato único: aglutinou apoio de quase todos os clubes e federações, o que impediu o registro de qualquer chapa de oposição.
Fonte: UOL