Presidente da Tanzânia, que era contra vacinas e máscaras, morre de covid
Além de dizer que o país estava livre da pandemia “devido a orações”, Magufuli afirmava que a Covid-19 era proveniente de um demônio ocidental, e fazia campanha contra as vacinas
O presidente da Tanzânia, John Magufuli, morreu em decorrência da Covid-19, afirmou na quinta-feira (18/03) seu principal opositor, Tindu Lissu.
Tindu Lissu afirmou que o óbito é uma “justiça poética”, pois Magufuli sempre minimizou a pandemia e chegou a declarar o país “livre da Covid-19”.
“Isto é justiça poética. O presidente Magufuli desafiou o mundo na luta contra o corona. Desafiou a ciência”, afirmou o opositor em entrevista a um canal de TV do Quênia. “Ele se negou a adotar as precauções básicas que são recomendadas às pessoas de todo o mundo”.
Além de dizer que o país estava livre da pandemia “devido a orações”, Magufuli afirmava que o Covid-19 era proveniente de um demônio ocidental e fazia campanha contra as vacinas.
O presidente declarou a Tanzânia “livre da Covid-19” em junho, dizendo que o vírus havia sido erradicado após três dias de oração nacional, zombou da eficácia do uso de máscaras, questionou testes e provocou os países vizinhos que impuseram medidas para conter o vírus.
Seu governo recomendava receitas caseiras para o combate à doença, como uma bebida à base de gengibre, cebola, limão e pimenta — para eliminar o vírus.
Mas, desde fevereiro, a Tanzânia vivencia uma onda de mortes atribuídas oficialmente a pneumonias.
Oficialmente, o país tem apenas 509 casos confirmados de covid e 21 mortes. As últimas infecções e óbitos foram registrados em 8 de maio de 2020.
O presidente estava sem fazer aparições públicas desde 27 de fevereiro, o que aumentou rumores sobre seu estado de saúde.
Ao anunciar a morte do presidente, a vice-presidente da Tanzânia, Samia Suluhu Hassan, disse ontem que Magufuli morreu aos 61 anos por problemas cardíacos, sem citar a Covid-19.
Fonte: G1