Professores doam cestas básicas para alunos refugiados e imigrantes
Em Curitiba (PR), professores se uniram para doar cestas básicas a estudantes refugiados e imigrantes que estão em situação de vulnerabilidade na pandemia
Por: Mariana Lima
Desde 2013, o programa Português Brasileiro para Migração Humanitária (PBMIH) reúne na Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba (PR), professores e estudantes interessados em trabalhar no acolhimento de imigrantes e refugiados vindos de países como Síria, Haiti e Venezuela.
Além da oferta de aulas de português, o programa desenvolve campanhas e eventos voltados à integração desse público na comunidade.
Mas, com a chegada da pandemia de Covid-19, a equipe envolvida no programa se deparou com outras necessidades dos cerca de 300 alunos.
Perda de emprego e diminuição de renda passaram a ser experiências compartilhadas por muitas dessas famílias. Essa situação levou as professoras que atuam na coordenação do programa a colocarem em ação, de maneira independente da instituição, uma vaquinha virtual.
A iniciativa, batizada de ‘Solidariedade na mesa’, foi responsável pela entrega de 450 cestas básicas desde junho do ano passado. Uma nova meta de arrecadação está em curso: R$ 15 mil para quatro meses de doações. O valor de cada cesta é de R$ 75.
De acordo com a organização da iniciativa, como não foi possível abrir turmas presenciais nem trabalhar remotamente com os estudantes, o caminho foi oferecer atendimento informacional sobre a Covid-19 no idioma dos imigrantes e refugiados.
Foi no meio desse contato que a equipe passou a conhecer os desafios diários dos estudantes. Embora o PMBIH não seja um programa assistencial, a organização ressalta que foi impossível não olhar para a vulnerabilidade dos alunos.
Desta forma, a coordenação do programa buscou investir no lançamento da campanha emergencial, enquanto sociedade civil. A campanha foi bem recebida pela comunidade e, como a situação de crise se estendeu, a arrecadação foi renovada.
As famílias contempladas têm crianças e são moradoras de Curitiba e da região metropolitana da capital paranaense. Além das cestas básicas, elas recebem frutas, verduras, legumes, cobertores e outros itens doados por parceiros.
Para dar conta das entregas, foi preciso desenvolver um protocolo que garantisse a segurança dos voluntários da campanha e das famílias beneficiadas. São entregues senhas com horários espaçados, a fim de evitar aglomerações no dia combinado.
Quatro pessoas atuam na preparação do local, de acordo com as regras sanitárias e de distanciamento social, e na distribuição das cestas, no pátio da reitoria da universidade.
Além desta atuação, o PBMIH vem produzindo cartilhas para facilitar o acesso à informação de imigrantes e refugiados durante o momento de distanciamento social.
Já foram publicados materiais sobre como evitar a contaminação pelo coronavírus, como higienizar alimentos, uso de máscaras de proteção, saúde mental, Cadastro Único, crédito alimentar, combate à violência doméstica, auxílio emergencial, funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS) e vivência do luto na pandemia.
Há versões em seis idiomas: português, inglês, árabe, crioulo haitiano, francês e espanhol. Para acessar, clique aqui.
Fonte: ECOA | UOL