Projeto leva pintura, água potável e energia solar a casas ribeirinhas
O Street River Amazônia leva artistas grafiteiros para a Ilha do Combu, em Belém (PA). A partir da pintura das casas ribeirinhas, o projeto traz visibilidade para a comunidade e cultura amazônica
Por Juliana Lima
Em fevereiro, começa a quinta edição do projeto Street River Amazônia, que leva artistas do grafite para pintar casas ribeirinhas da Ilha do Combu, em Belém (PA), e transformá-las em uma verdadeira Galeria Fluvial. Neste ano, o projeto também levará um sistema de água potável para as casas e um sistema de energia solar para uma escola da comunidade.
O projeto foi idealizado pelo artista plástico Sebá Tapajós, que ainda em 2015 pintou as primeiras cinco casas na ilha de forma totalmente independente. Depois de quatro edições, o Street River Amazônia agora possui a coordenação da Sonique Produções, de Gibson Massoud.
“Quando fui convidado pelo Sebá, entrei de cabeça. Estou empenhado em fazer um projeto cada vez mais estruturado e, aos poucos, navegar por outros lugares. O chamado dos rios e do povo da Amazônia é urgente e a arte é uma aliada para trazer o tema à tona de forma colorida e propositiva”, disse Gibson.
A Ilha do Combu, localizada a vinte minutos de barco do centro de Belém, é um ponto turístico da cidade e recebe visitantes do mundo inteiro devido a sua natureza e gastronomia regional. Os moradores da ilha têm como principal fonte de renda o extrativismo vegetal (açaí e cacau) e a pesca.
Além das pinturas e sistemas de água e energia, o projeto oferece também oficinas para que os moradores da região possam se envolver com a arte. Neste ano, serão cinco oficinas para atender cerca de 200 crianças, jovens, alunos ribeirinhos e professores da rede pública de ensino.
Os artistas que participam do Street River Amazônia, além de ter forte relação com o grafite, também possuem uma conexão com a natureza. Ao todo, foram convidados dez artistas de diferentes partes do Brasil: Amorinha, Anderson Ghasp, Auá, Kadois, Luiz Júnior, Mama Quila, Moka, Pati Rigon, Robson Sark e Thiago Nevs.
Nos dias 5 e 6 de março, o projeto realizará um evento para visitação guiada e gratuita da Galeria Fluvial. No fim de semana, haverá também uma confraternização entre os moradores e os artistas envolvidos. No restante do ano, a própria comunidade organiza visitas guiadas para o público.