Racismo mortal: 3 em cada 4 pessoas assassinadas no Brasil são negras

O percentual de pessoas que se declaram como negras (pretas ou pardas) no Brasil, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é de 56,10%.

No entanto, 74,4% das pessoas assassinadas no Brasil são negras, segundo o Anuário de Segurança Pública 2020. Isso significa que 3 em cada 4 pessoas assassinadas no Brasil fazem parte desta população.

Os números não batem, mas são frequentemente usados para justificar os números altíssimos de assassinatos de negros no Brasil. O mais curioso é que apesar de serem maioria das vítimas de assassinatos no país, os negros também não são maioria entre altos cargos de emprego, como os magistrados, médicos, arquitetos e presidentes de grandes empresas.

O racismo se mostra em outros números também: 79,1% das vítimas de intervenções policiais são negras, sendo que em 91% dos casos as vítimas são do sexo masculino. Ainda, 65,1% dos policiais assassinados são negros. Duas realidades diferentes, mas a mesma raça para a maioria das mortes.

As crianças e adolescentes negras no Brasil também são as maiores vítimas de assassinatos. Segundo dados do mesmo estudo, 75% das crianças e adolescentes assassinados no Brasil são negras.

A Organização das Nações Unidas (ONU), já se manifestou várias vezes sobre o alto número de negros assassinados no país. O debate foi retomado na mídia e redes sócias com o assassinato do soldador negro João Alberto Silveira Freitas, por dois seguranças brancos em uma loja Carrefour, na cidade de Porto Alegre.

O assassinato foi um dia antes da comemoração da Consciência Negra no país e gerou revolta nas redes sociais.