Rede Comuá promove o fortalecimento de fundos filantrópicos no Brasil
Junto a 16 organizações membros, a Rede Comuá estimula o campo filantrópico em busca de fortalecer o financiamento de ONGs que atuam na defesa dos direitos humanos, justiça socioambiental e desenvolvimento comunitário
Por Ana Clara Godoi
Fundos filantrópicos são estruturas criadas para receber doações destinadas a causas sociais ou organizações específicas. Os fundos cumprem um papel de extrema importância na sociedade civil, visto que mantém em funcionamento instituições que atuam para o interesse público.
Existem fundos temáticos, que atuam em um setor específico e, muitas vezes, possuem abrangência nacional; e fundos territoriais, que exercem sua função em municípios, comunidades e pequenas regiões. As causas contempladas variam desde cultura e educação, à saúde, ciência, promoção de direitos humanos e defesa do meio ambiente.
Uma das organizações que estimula o crescimento dos fundos filantrópicos no Brasil é a Rede Comuá. Junto com 16 organizações membro, a Comuá cria um ambiente para a troca de experiências e aprendizados e para o fortalecimento da sua atuação. A missão da Rede é também incidir sobre o ecossistema filantrópico brasileiro para mudar práticas e promover mais recursos para a sociedade civil, com foco nos campos da justiça socioambiental e desenvolvimento comunitário.
De acordo com a diretora executiva da Rede Comuá, Graciela Hopstein, o Brasil possui um campo filantrópico com baixo nível de doações em comparação com outros países. No caso da Rede, os fundos membros tem a filantropia internacional como principal financiadora. “Embora tenhamos alguns exemplos de fundos que mobilizam recursos com fundações empresariais nacionais e pessoas físicas, criando círculos de doadores, os recursos mais expressivos tem origem na filantropia e cooperação internacional”.
Uma pesquisa desenvolvida pela Rede Comuá, que faz o mapeamento de fundos independentes no Brasil, aponta a existência de mais 15 fundos que se encaixam no perfil do grupo. Para Graciela, a identificação revela um campo em expansão. “Nós acreditamos que a filantropia independente tem uma capacidade e tem a oportunidade de ser expandida. É uma filantropia que está crescendo e ocupando um lugar importante não apenas no Brasil, mas também em nível global”.
Somente em 2022, as organizações membros da Rede Comuá doaram mais de R$ 193 milhões diretamente para a sociedade civil. Entre os fundos que fazem parte desta organização estão o Fundo Baobá, Fundo Casa Socioambiental e Fundo Brasil, que também se organizam na Aliança Entre Fundos. Além desta aliança, outros fundos da Rede organizaram a recém-lançada Aliança de Fundos Territoriais, composta por fundos e fundações comunitárias.
O crescimento dos fundos filantrópicos representa um aumento no número de investidores que contribuem para o fortalecimento de projetos de transformação social. Portanto, os fundos contribuem para o alcance de todos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU, um conjunto de 169 metas que promovem uma sociedade mais justa e sustentável.