Senado dos EUA aprova romper relação com o Brasil em caso de golpe

Com aprovação unânime do senado dos EUA, documento recomenda suspender relações EUA-Brasil em caso de ataque ao sistema eleitoral.

Às vésperas das eleições brasileiras, o Senado dos Estados Unidos aprovou nesta quarta-feira (28) uma resolução em defesa da democracia no país. Trecho do documento posiciona-se sobre a necessidade do “governo do Brasil a assegurar que as eleições de outubro de 2022 sejam conduzidas de maneira livre, justa, crível, transparente e pacífica”, caso contrário os EUA devem romper relações com o governo brasileiro e suspender programas de cooperação, incluindo a área militar. 

O texto foi proposto pelo presidente do Subcomitê de Relações Exteriores para o Hemisfério Ocidental no Senado, Tim Kaine, e pelo senador Bernie Sanders. A aprovação se deu de maneira unânime, uma vez que nenhum senador se opôs ao texto, incluindo os membros da bancada do Partido Republicano.  

Em defesa da medida, no plenário do Senado, Sanders afirmou que o texto não era favorável a qualquer candidato e sim favorável ao rompimento de relações e assistência militar entre países em caso de um golpe.  

O Senado americano pede que o governo dos EUA “reconheça imediatamente o resultado da eleição” e condicione a cooperação com o Brasil ao respeito à democracia. 

A aprovação aconteceu a apenas 4 dias da eleição presidencial no Brasil e após repetidas acusações, sem provas, do presidente Jair Bolsonaro (PL) de que o sistema eleitoral brasileiro não é seguro e de que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é “parcial”. 

A expectativa é que os EUA reconheçam o resultado da urna o mais rapidamente possível após o anúncio do vencedor pelo TSE, no próximo domingo ou no dia 30 de outubro, em caso de segundo turno. 

Atuação das organizações sociais 

Sanders é um dos parlamentares americanos que receberam uma comitiva de representantes da sociedade civil brasileira que estiveram em Washington de 24 a 29 de julho alertando interlocutores locais para as ameaças à democracia e ao processo eleitoral no Brasil. Entre as entidades estiveram organizações de direitos humanos, feministas, ligadas ao movimento negro e de meio ambiente, como o Greenpeace e o Instituto Marielle Franco. Várias dessas lideranças integram o Pacto pela Democracia, que reúne mais de 200 organizações comprometidas com a causa democrática. 

Fonte: BBC e Congresso em Foco.