Sobrevivente da Covid cria projeto para ajudar pessoas desassistidas
“Atleta, sem comorbidade, jovem e sem vícios”: sobrevivente da Covid ficou 30 dias internada com Covid grave. Recuperada, decidiu criar um projeto voluntário para ajudar pessoas desassistidas
Por Iara de Andrade
Foram 30 dias de internação, 20 na UTI e 16 em duas intubações. Raquel Trevisi teve infecção no sangue, trombose no braço e na perna, perdeu cerca de 25 quilos e saiu do hospital de cadeira de rodas, sem conseguir mexer o corpo do pescoço para baixo. A dentista diz ser privilegiada pelo acesso a todo o aparato multidisciplinar que teve para se recuperar da Covid-19: reaprender a andar, comer, ir ao banheiro e demais tarefas básicas do dia a dia.
Percebendo que muitas pessoas não teriam a mesma oportunidade de tratamento, foi em uma conversa com a enfermeira chefe da UTI, a doutora Renata Cazuza, durante sua reabilitação da doença, que a atleta de CrossFit idealizou o Projeto COM VIDA.
Trata-se de um atendimento voluntário remoto (ou presencial, em alguns casos) para pacientes com sequelas da Covid grave. A morte do pai, em decorrência do vírus, durante sua recuperação, influenciou ainda mais na decisão de proporcionar, além de atendimento assistencial físico e psicológico a pessoas desassistidas, o amparo aos enlutados.
O projeto, que conta com fisioterapia, psicologia, enfermaria, fonoaudiologia, além de acolhimento e doações, foi criado para ajudar pessoas desassistidas e atende a aproximadamente mil famílias.
Nas palavras de Trevisi, sobrevivente da Covid: “O projeto oferece aos pacientes a oportunidade de voltar a sua rotina mais rápido, de se re-habilitar e assumir de volta a autonomia e independência.”
Fonte: Razões para Acreditar