SP muda nome de estação para homenagear bandeirante que escravizava indígenas
Com a aprovação do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), o Metrô de São Paulo decidiu alterar o nome da futura estação da linha 2-verde de Paulo Freire para Fernão Dias. A decisão foi tomada por dirigentes da empresa controlada pelo governo paulista em janeiro de 2023, após uma pesquisa de opinião com moradores de regiões próximas à estação.
Fernão Dias ficou conhecido como “O Caçador de Esmeraldas”. Foi defensor da expulsão dos jesuítas que não concordavam com a escravização dos indígenas. Integrou a famosa bandeira de Antônio Raposo Tavares, ao sul do Brasil, em 1638, que devassou os atuais estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e talvez o Uruguai.
Em 1661, empreendeu novas expedições ao sertão, contra as missões jesuíticas em busca de indígenas para escravizar. Penetrou o Sul “até a serra de Apucarana”, no “Reino dos índios da nação Guaianás”, ou seja, no sertão do atual estado do Paraná. Retornou em 1665, com indígenas de três aldeias, mais de quatro mil índigenas capturados para serem escravizados, mas, sem conseguir vendê-los, passou a administrá-los numa aldeia às margens do Rio Tietê, em suas terras, abaixo da vila de Parnaíba. Abastecia assim suas próprias lavouras.
De acordo com o Metrô, o nome de Paulo Freire era apenas provisório para a criação de referências nos projetos, até a confirmação pelas pesquisas. A mudança surpreendeu funcionários da empresa.
Patrono da educação brasileira, Paulo Freire (1921-1997) é considerado um dos principais educadores do mundo. Seu principal livro, “Pedagogia do Oprimido”, figura entre as cem obras mais citadas em língua inglesa. Paulo Freire entrou para a história da pedagogia mundial, tendo influenciado o movimento da pedagogia crítica. É um dos brasileiros mais homenageados da história, tendo ganhado 41 títulos de Doutor Honoris Causa de universidades como Harvard, Cambridge e Oxford.
Fonte: Brasil de Fato