Vítima de abusos na infância, ele virou presidente dos EUA
William Jefferson Blythe III nasceu em 19 de agosto de 1946, na cidade de Hope, Arkansas, nos Estados Unidos. Logo após seu nascimento, a mãe, Virginia Dell, mudou-se para Nova Orleans para estudar enfermagem, deixando o recém-nascido com os avós Eldridge e Edith Cassidy, que tinham uma mercearia. Seu pai, o texano William Jefferson Blythe Jr., era um vendedor e morreu em um acidente de carro quando William tinha apenas três meses de idade.
Naquele período, o sul dos Estados Unidos era extremamente racista. Mesmo assim, seus avós atendiam todas as pessoas, independentemente de cor. Em 1950, sua mãe voltou e casou com Roger Clinton, que era dono de uma revendedora de carros em Hot Springs, Arkansas.
Bill, como era chamado, tinha quatro anos quando foi morar com a mãe e o padrasto. E aos 15 anos adotou formalmente o nome sobrenome do padrasto Clinton. A demora veio talvez pelos abusos que ele, a mãe e seu irmão sofriam de Roger. Bill chegou a relatar uma vez que a lembrança que tem do padrasto é de um apostador alcoólatra. Muitas vezes Bill tinha que intervir nas agressões do padrasto contra sua mãe. O que ninguém imaginava é que a própria mãe também abusava de Bill.
Hillary Clinton, esposa de Bill, foi candidata à Casa Branca nas últimas eleições e relatou à jornalista Lucinda Franks que Bill sofria abusos da própria mãe: “Quando uma mãe faz o que ela fez, isso afeta para sempre”. Lucinda preferiu não publicar a declaração na época, mas mais tarde a colocou em seu livro de memórias, ‘Timeless – Love, Morgethau and me’ (em tradução livre, ‘Intemporal – Amor, Morgethau e eu’).
Ainda jovem, Bill Clinton já se interessava por política e trabalhos sociais, e entrou para a Universidade Georgetown no curso de Relações Exteriores. Formou-se em 1968 e conquistou uma bolsa de estudos para a Universidade de Oxford, na Inglaterra. De volta aos Estados Unidos, entrou no curso de Direito em Yale e o concluiu em 1973.
Trabalhou como advogado em seu escritório no Arkansas. Em 1976, superando a infância de abusos, foi eleito Procurador Geral da Justiça do Arkansas e, dois anos depois, tornou-se governador do estado. Reeleito em 1982, ocupou o cargo até ser eleito presidente americano em 1992. Em 1996, Bill Clinton foi reeleito presidente.
O período em que Clinton foi presidente representou a fase de maior expansão econômica em tempos de paz na história do país. Após deixar a presidência, Clinton mudou-se para Nova Iorque, onde ajudou sua esposa a ganhar o posto de Senadora.
Em 1996, surgiu na mídia o chamado Escândalo Lewinsky, no qual Bill Clinton teria tido pelo menos nove encontros sexuais com a estagiária da Casa Branca Monica Lewinsky.
O presidente foi acusado também de atrapalhar as investigações do caso e a Câmara dos Representantes, dominada pela oposição, votou pelo impeachment dele. Mas o mandato foi salvo quando ele foi absolvido de todas as acusações pelo Senado.
Após terminar o segundo mandato como presidente, Bill Clinton, criou a Clinton Foundation, uma organização sem fins lucrativos que atua em diferentes áreas, como saúde, mudanças climáticas, desenvolvimento econômico e empoderamento feminino.