O misterioso desaparecimento de Marco Aurélio que desafia a polícia há 37 anos
Em 1985, o escoteiro Marco Aurélio Simon desapareceu aos 15 anos da idade durante um acampamento no Pico dos Marins, em Piquete (SP). Depois de 37 anos, a justiça reabriu o caso e voltará a investigar o paradeiro do jovem
Em 8 de junho de 1985, o escoteiro Marco Aurélio Simon e mais três amigos tentavam alcançar, na companhia de um líder, o cume do Pico dos Marins, que fica em Piquete (SP), a 2.420 metros de altitude. Durante o trajeto, um dos meninos torceu o pé, o que fez o líder autorizar que Marco Aurélio, então com 15 anos, voltasse para buscar ajuda. Marco Aurélio não voltou.
O grupo, preocupado, seguiu o caminho que o garoto realizou, mas encontrou apenas a mochila que ele usava. Segundo relatos dos outros meninos, à noite, no acampamento, ouviram um grito seguido pelo apito direcionado do matagal. Sabendo que Marco tinha um apito por ser escoteiro, saíram correndo em direção ao matagal, observando apenas luzes azuis que piscaram três vezes, o que deixa o caso ainda mais misterioso.
Foram 28 dias de buscas com policiais de diferentes corporações, além de mateiros, alpinistas, especialistas e aeronaves. Até hoje, nenhuma pista do escoteiro foi encontrada. Mesmo após mais de três décadas, o pai de Marco Aurélio nunca desistiu de obter respostas.
“Ninguém admite o erro que o líder escoteiro cometeu ao autorizar o meu filho a buscar socorro sozinho. É algo estranho, que nunca foi bem explicado”, analisa.
Nas falas, ele se traduz como um obstinado e diz que não vai morrer antes de saber o que aconteceu com o filho.
“Sou imortal, não vou morrer enquanto não tiver essas repostas. Tenho 82 anos e a saúde melhor que a sua. Vou procurar até ter uma resposta. Não sei qual seria a minha reação ao encontrar meu filho hoje. Mas, se descobrirem as ossadas e comprovar que são dele, consegue imaginar o meu choque? Aí, seria outro problema: quem matou meu filho?”, disse Ivo.
Em julho de 2021, a investigação do caso foi reaberta pela Polícia Civil. Encerrado em 1990 sem conclusão, o inquérito foi retomado após autorização da Justiça, com novos indícios sobre o que pode ter acontecido — inclusive a possibilidade de que Marco Aurélio esteja vivo.
O delegado responsável pelo caso a partir de agora, Fábio Cabett, solicitou à Justiça o desarquivamento do inquérito, após o pai do escoteiro, o jornalista Ivo Simon, de 82 anos, ter procurado a polícia com informações.
Segundo os novos indícios, o filho dele teria sido morto e enterrado em um local onde hoje fica uma pequena casa, na área em que os escoteiros haviam acampado à época, na zona rural de Piquete.
Além de novos depoimentos, as próximas ações deverão contar com policiais e peritos de cidades da região e de São Paulo, além de cães farejadores, escavações e derrubada de árvores do local. Não há prazo para conclusão dos trabalhos.
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