Doação de sangue: importância e como doar
Apenas 1,8% da população realiza doação de sangue regularmente. No Dia Nacional do Doador de Sangue, confira requisitos e a importância da ação
Por Julia Bonin
No dia 25 de novembro é comemorado o Dia Nacional do Doador de Sangue. Os hemocentros do país lançaram a campanha “Somos todos do mesmo sangue” para incentivar as doações. A ação, que começa no dia 23 e vai até o dia 28, destaca a importância desse gesto solidário e humanitário.
Segundo o Ministério da Saúde, somente 1,8% da população doa sangue de forma regular. Esse número fica um pouco abaixo dos 2% ideais definidos pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), mas bem atrás dos 5% registrados em países da Europa.
A Dra. Cárlei Heckert Godinho, médica hematologista da Santa Casa de São Paulo, que participou recentemente do programa Brasil ODS, do Observatório do Terceiro Setor, comenta que, ao ser doado, o sangue é fracionado em três hemocomponentes: hemácias, plasma e plaquetas. O mais delicado entre eles, em termos de validade, são as plaquetas, que precisam ser utilizadas em até cinco dias após a coleta, geralmente em cirurgias cardíacas e transplantes. “Elas são fundamentais para esses pacientes, por isso a importância de sempre termos doadores de sangue regulares”, afirma.
A quantidade de sangue coletada do doador é armazenada em um banco de sangue ou hemocentro e não afeta sua saúde, pois a recuperação ocorre imediatamente após a doação. Considerando que uma doação coleta aproximadamente 450 mL de sangue e que uma pessoa adulta tem cinco litros de sangue em seu corpo, a ação é simples para quem doa e muito importante para quem precisa.
Estão aptas a doar pessoas que tiverem idade entre 16 e 69 anos, sendo que a primeira doação deve ser feita, obrigatoriamente, até os 60 anos. Menores de 18 anos só podem doar com a autorização dos responsáveis legais e todo doador deve apresentar um documento original com foto.
No caso de um doador frequente, é preciso obedecer ao intervalo para a doação, que deve ser de dois em dois meses para homens, que podem doar no máximo quatro vezes por ano, e de três em três meses para mulheres, que podem doar no máximo três vezes por ano.
Também são requisitos pesar mais de 51 quilos e ter IMC maior ou igual a 18,5, não tomar medicamentos que impeçam a doação, não ingerir bebida alcoólica nas 12 horas anteriores e não fumar por duas horas antes da doação.
A pandemia teve um impacto significativo sobre as doações, tornando a atuação dos hemocentros desafiadora devido ao baixo estoque de todos os tipos sanguíneos. “Após a flexibilização, não tivemos o retorno do número de doadores que tínhamos pré-pandemia”, comenta dra. Cárlei. Dessa forma, a doação de sangue é importante durante todo o ano e pode salvar vidas. Consulte o hospital mais próximo sobre a necessidade de agendamento.