SP: 69% acreditam que impacto da pandemia seria maior sem o SUS
Estudo da Rede Nossa São Paulo também revela que 64% dos paulistanos que tinham renda própria antes da pandemia tiveram diminuição dessa renda, entre os quais 22% a perderam totalmente
Por: Mariana Lima
No começo de maio, a Rede Nossa São Paulo, em parceria com o IBOPE Inteligência, lançou a pesquisa ‘Viver em São Paulo: Especial Pandemia’, em que reuniu dados sobre os impactos da pandemia de Covid-19 e do isolamento social em membros das classes A, B e C da capital paulista através de um questionário online.
Para criar um panorama da pandemia na cidade, o estudo questionou os participantes sobre as medidas adotadas por agentes públicos; sobre o funcionamento da cidade no isolamento; a vida na pandemia; a situação do trabalho e da renda; e as percepções gerais sobre saúde, moradores da periferia e empresas.
Sobre essa última categoria, os participantes foram apresentados a algumas frases para que estabelecessem grau de concordância. Neste ponto, 81% concordaram que moradores da periferia irão sofrer mais com a pandemia do que moradores de outras regiões.
Para 69%, se não fosse o Sistema Único de Saúde (SUS), as consequências da pandemia na cidade poderiam ser bem maiores, e 62% concordaram que após o coronavírus valoriza mais o SUS. No entanto, apenas 49% concordaram que os serviços públicos de saúde estão preparados para atender pacientes infectados pelo coronavírus.
Vida pessoal
Quando questionados sobre a principal preocupação em relação à pandemia de Covid-19 na vida pessoal, 50% dos participantes responderam que era a saúde de seus familiares. Sobre a principal preocupação para o Brasil, 49% afirmaram temer uma piora na economia e 36% o aumento da desigualdade social.
De acordo com a pesquisa, os itens colocados como os que mais contribuem para diminuir os riscos da pandemia são: o investimento no SUS (40%) e o isolamento social total da população (37%). A renda básica emergencial para todos aparece com 32%, seguida do aumento da quantidade de testes para coronavírus (30%).
Em relação às ações pessoais para que os impactos da pandemia sejam os menores possíveis, 77% informaram que estão evitando sair de casa. Sobre o isolamento social, 53% afirmaram sair de casa apenas para compras essenciais – esse índice sobe para 59% na zona leste.
Questionados sobre o cumprimento do isolamento social na cidade, 57% responderam que o número vem diminuindo desde as primeiras medidas adotadas ainda em março.
Impactos
As atividades mais impactadas pela pandemia e pela quarentena na cidade são: lazer (60%), trabalho (56%) e atividades culturais (51%). As regiões Norte e Leste apresentaram os maiores percentuais em relação ao impacto no trabalho, com 58% e 59%, respectivamente. Já a região Oeste teve uma maior declaração referente ao impacto no convívio social (72%).
Ao considerar apenas aqueles que tinham renda antes da pandemia, o estudo revela que 64% tiveram alguma diminuição na renda, entre os quais 22% a perderam totalmente.
Ainda dentro deste grupo, 55% tiveram redução total ou parcial em sua jornada de trabalho. A maior parcela está na zona Norte, com 60% dos que responderam à pesquisa nesta situação.
Entre os que continuam cumprindo suas jornadas de trabalho, 35% fazem isso em casa. A maior parte dos que estão seguindo este modelo se encontram na região Oeste (46%). Já a região Norte se destaca por não haver troca de local de trabalho (55%).
A pesquisa completa pode ser acessada clicando aqui.
Fonte: Rede Nossa São Paulo