Nova linhagem do vírus da zika está em circulação no Brasil
De acordo com pesquisadores da Fiocruz Bahia, a nova linhagem do vírus da zika pode gerar uma epidemia, já que a população ainda não tem anticorpos para essa versão da doença
Por: Isabela Alves
Uma nova linhagem do vírus da zika está no Brasil e pode gerar uma nova epidemia. A afirmação é dos pesquisadores do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs), da Fiocruz Bahia, e foi publicada no periódico International Journal of Infectious Diseases.
A ‘Plataforma Zika’ está monitorando as sequências genéticas do vírus. Em uma das avaliações, o grupo de pesquisadores, que é composto por 40 profissionais, detectou um tipo africano do vírus.
A nova espécie foi encontrada no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro, sendo que os dois hospedeiros abrigavam vírus diferentes: um deles é o Aedes albopictus (primo do Aedes aegypt) e o outro é de uma espécie de macaco.
Até o momento, a ciência identificou duas linhagens do vírus zika: a asiática e a africana (subdividida em oriental e ocidental). Em 2018, a maior parte do subtipo asiático estava no Camboja (90%) e em 2019 ele passou a preponderar na Micronésia (89,2%). O risco de que uma nova pandemia ocorra é preocupante, pois a maior parte da população não tem os anticorpos para essa nova doença.
De acordo com o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, das principais arboviroses que circulam no Brasil, a zika tem sido a com menor número de casos em 2020: foram notificados 3.692 casos prováveis, mas essa situação pode mudar caso uma nova linhagem genética comece a circular.