Reconhecer e Valorizar para fidelizar voluntários
“O voluntariado promove a criatividade, extrai força e energia de nossas paixões e nos conecta com aqueles que mais precisam de nós. O voluntariado é um fenômeno global que transcende fronteiras, religiões e diferenças culturais. Os voluntários incorporam a sociedade os valores fundamentais de comprometimento, inclusão, envolvimento cívico e um senso de solidariedade.” – Ban Ki-moon , Secretário Geral das Nações Unidas de 2007 a 2016
No Brasil, o dia 28 de agosto é o dia Nacional do Voluntariado e a data é de extrema relevância para o reconhecimento e valorização dos voluntários. Quando percebem seu trabalho apreciado e seus esforços reconhecidos, cria-se um relacionamento de confiança, amizade e reciprocidade.
Muitas vezes existe uma grande dedicação no engajamento e na integração dos voluntários no início de suas atividades e depois, muito pouco se investe em comunicação para devolutivas, apresentação de resultados e principalmente, agradecimentos e reconhecimento. É responsabilidade do gestor do programa de voluntariado de cuidar de seu público em todas as etapas: recrutamento, seleção, integração e principalmente, manutenção e fidelização.
Exatamente nessa etapa temos os processos de avaliação, supervisão e valorização do tempo e energia oferecidos por cada um dos voluntários. Deve ficar sempre muito claro o motivo do agradecimento, o seu apreço pelos resultados alcançados e ainda uma escuta sobre o quanto isso o transformou como pessoa e as habilidades adquiridas nessa atividade.
Enquanto algumas práticas devem fazer parte do dia a dia, tais como: ser gentil; tratar cada um pelo seu nome e conhecer cada um deles, seus hobbies, pessoas e coisas que são importantes para ele; agradecer a todo momento; fazer com que se percebam parte da organização; orientar, explicar, treinar para que a atividade seja realizada com conforto e qualidade; criar um ambiente alegre para que se sintam inspirados e motivados; não exigir mais do que aquilo que foi acordado e combinado; escutar e permitir que contribuam com sugestões e ideias.
Convidar para que participem de grupos de trabalho e de algumas novas iniciativas e práticas. Respeitar cada um deles, na sua individualidade e diversidade certificando-se de que se sintam inseridos, e com suas expectativas contempladas, e claro, satisfeitos e felizes com seu voluntariado.
Outras práticas, mais pontuais, dependem de um planejamento, e muitas vezes de um orçamento, e devem ser incluídas como estratégia de gestão. A organização de um evento, entrega de brindes e presentes, realizar as premiações.
O coordenador do Programa de Voluntariado precisa compreender que as pessoas chegam na organização tendo vivido diferentes experiências, com expectativas e demandas diversas, inclusive em relação a serem reconhecidos pela sua doação de tempo, sua dedicação e envolvimento com a organização.
Certificar-se de que ficaram bem claras as ferramentas, políticas e procedimentos de avaliação e ainda, criar uma agenda com as datas relevantes e as formas de celebrar as conquistas alcançadas. Avaliar os esforços dos voluntários é essencial para o sucesso da organização e podem ser utilizadas nas devolutivas, feedbacks e agradecimentos.
Tenha, além do Termo de Adesão ao Serviço Voluntário, uma autorização de imagem, voz e assim poderá coletar e compartilhar depoimentos e produzir vídeos.
Valorizar e reconhecer os voluntários permeia por todas as etapas de um programa. É preciso oferecer oportunidades claras e bem descritas e as ferramentas necessárias para que o voluntariado seja realizado com prazer e seja significativo. Fundamental que se permita que todos possam participar, criar e se desenvolver e sempre, sempre, demostrar o afeto e a gratidão.
*A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião do Observatório do Terceiro Setor.