Morte de inocentes: este ano, 10 crianças foram mortas a tiros no RJ
A marca, atingida em dez meses, supera os casos registrados em todo o ano passado. Somente na última década, 69 crianças foram mortas a tiro no estado do Rio de Janeiro
Um dado assustador mostra a violência que toma conta do Brasil, especialmente do estado do Rio de Janeiro, em plena pandemia. Dez crianças já foram mortas a tiros este ano, no estado do Rio de Janeiro, de acordo com um levantamento da ONG Rio de Paz. A marca, atingida em dez meses, supera os casos registrados em todo o ano passado, quando sete vítimas de 0 a 14 anos tiveram as vidas ceifadas por disparos de armas de fogo.
As estatísticas da ONG mostram que nos últimos cinco anos houve uma mudança de padrão na curva de mortes de crianças baleadas. De 2007 até 2014, a média era de três óbitos por ano. Em 2015, o índice atingiu pela primeira vez a marca de sete casos. De 2016 a 2018, foram dez casos a cada ano. Em 2019, o indicador voltou a cair para sete. O ano de 2020, no entanto, pode se tornar o mais letal para crianças vítimas de armas de fogo, caso haja um novo caso até dezembro.
Somente na última década, 69 crianças foram mortas a tiro no estado, de acordo com o levantamento. Mas a quantidade de vítimas pode ser ainda maior, segundo o presidente da ONG Rio de Paz, Antônio Carlos Costa.
Um dos casos sem solução é o de João Pedro Matos, que foi morto há cinco meses, com um tiro de fuzil nas costas durante uma operação das polícias Civil e Federal no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo. Ele estava brincando com parentes e amigos em casa, quando a residência foi invadida por policiais.
A irmã da vítima, Rebeca, de 4 anos, ainda tenta assimilar a perda. Quando a mãe explica que o menino está no céu, ela pede uma escada para subir e entregar roupas a ele.
E outras formas de violência vêm crescendo em diversas partes do Brasil este ano. Segundo relatório divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), só no estado de São Paulo a violência contra a mulher teve um aumento de 44,9%.
Outro estado que chama atenção no relatório é o Rio Grande do Norte. Os casos de lesão corporal (quando há intenção de ferir) no Rio Grande do Norte tiveram um aumento de 34,1%, enquanto os casos de ameaça foram de 54,3%. O número de estupros de vulnerável no estado dobrou em relação a março do ano passado, com um total de 40 casos.
Fonte: Extra