Pandemia prejudica o emprego formal de jovens de baixa renda
De abril a novembro de 2020, foram fechadas 86.731 vagas de trabalho para jovens aprendizes, recorde negativo em toda a série histórica da lei de aprendizagem
Por: Isabela Alves
Entre abril e novembro de 2020, o Brasil fechou 86.731 vagas de trabalho para jovens aprendizes. O número foi o maior recorde negativo em toda a série histórica da lei de aprendizagem, voltada para jovens de 14 a 24 anos.
Essa situação é alarmante, já que o governo não promoveu nenhuma política de proteção aos direitos destes trabalhadores, normalmente de famílias de baixa renda.
Ao ser contratado como aprendiz, o adolescente ou jovem tem, além do salário, garantia de formação profissional e de permanência na escola.
Além disso, o salário médio de um jovem aprendiz em São Paulo, por exemplo, é de R$ 650, mais do que o valor do auxílio emergencial. Isso significa que muitas famílias de jovens aprendizes foram impactadas por uma diminuição na renda.
“Isso é uma tragédia social, que atinge a renda das famílias mais pobres e estimula a ida desses jovens e adolescentes para o mercado informal, sem garantias, sem formação técnica e sem permanência na escola, que são garantidas pela lei da aprendizagem”, afirma Elvis Cesar Bonassa, diretor da Kairós Desenvolvimento Social, responsável pelo levantamento e cálculo dos dados.
A perda de vagas de aprendiz no período da pandemia ocorreu em todas as unidades federativas do país, sendo que o Distrito Federal apresentou uma das maiores perdas, com 1.719 vagas entre abril e novembro.