1% mais rico concentra 24% da renda no Brasil desde 1926
O valor representa o dobro da concentração observada na maioria dos países do mundo
Por: Isabela Alves
Em média, a renda do 1% mais rico da população brasileira foi equivalente a 24% da renda total do país no período de 1926 a 2015, o que representa o dobro da concentração observada na maioria dos países do mundo, de acordo com o estudo ‘Uma história de desigualdade: as maiores rendas no Brasil, 1926-2015‘, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).
O levantamento aponta que apesar do rápido processo de urbanização que ocorreu a partir de metade da década de 1920, de o Produto Interno Bruto (PIB) per capita ter se multiplicado por 12 e de os níveis educacionais terem melhorado significativamente, a concentração de renda no topo da pirâmide manteve-se alta.
Um dos períodos em que a concentração aumentou foi durante a ditadura do Estado Novo de Getúlio Vargas (1937-1945). Outro pico de concentração ocorreu durante os anos após o Golpe Militar de 1964, quando a ditadura instituiu uma série de reformas favoráveis à acumulação de capital.
Os números diminuíram no fim dos anos 70, mas voltaram a crescer nos anos 80, quando a redemocratização resultou nas grandes inflações. O estudo ainda revela que a recente expansão do Estado de bem-estar social no Brasil foi financiada principalmente por tributação indireta, que é muitas vezes regressiva, e as transferências mais redistributivas — como o Programa Bolsa Família — são mínimas comparadas aos incentivos fiscais e créditos subsidiados conferidos às grandes empresas.
Para acessar o estudo completo (em inglês), clique aqui.
No Brasil, quem ganha menos paga mais impostos
21/09/2018 @ 16:33
[…] Brasil segue como um dos países mais desiguais do mundo. A renda do 1% mais rico da população brasileira é equivalente a 24% da renda total do país. Outra desigualdade está na carga tributária. Na contramão do mundo, o Brasil tem sua carga […]