Há 9 anos ele dedica a vida a salvar e cuidar dos animais
Dedicar 24 horas por dia a salvar, resgatar, cuidar e dar muito amor a cachorros e gatos. Há 9 anos essa é a vida de Rafael Leal, fundador da ONG Cão Leal, que desde 2009 resgata e cuida de animais maltratados e abandonados.
A ONG vive totalmente de doações e de recursos próprios de seu fundador. “Quando comecei, gastava R$ 2.500 por semana, com hotel para os cachorros resgatados e ganhava como estagiário R$ 730 por mês”, relata Rafael, que conseguiu manter os cachorros com ajuda de doações. “Existem muitas pessoas boas, em contrapartida das más que maltratam os animais”.
Tudo começou com o primeiro cachorro, o Tobias. “Ele foi meu primeiro cachorro na vida, depois dele nunca mais parei de resgatar”, fala entusiasmado Rafael. Tobias é o símbolo da ONG e está até hoje com Rafael.
A ONG conta com ajuda de voluntários, que todos os dias vão ao local para limpar, dar banho, comida e muito carinho para os animais. Priscilla Consentino é estudante de nutrição e voluntária da ONG. Começou a ajudar os animais bem cedo, aos 7 anos, quando um vizinho jogou água quente em filhotes de gatos. “Pulei o muro e resgatei todos, dava leite com um conta gotas para eles”, lembra. A voluntária já foi a uma favela às 2h da manhã para resgatar um cachorro. “Já passei por vários perigos em resgate, coloquei gente estranha dentro do carro, mas tudo vale a pena. Para os cachorros, não importa se você tem um carro bonito ou dinheiro na conta. Eles só querem amor e devolvem em dobro esse amor”, finaliza Priscilla.
Outra voluntária, Andrea Cristina Fernandez de Castro, fala com lágrimas nos olhos do amor que sente pelos animais. “Eu me sinto importante para eles. O amor do animal é um amor verdadeiro, sem pedir nada em troca”.
Resgates de repercussão
Rafael já participou de vários resgates, mas três são especiais para ele. Em 2013, Rafael e outros ativistas invadiram o laboratório de pesquisa do Instituto Royal para salvar cachorros da raça beagle que eram mantidos e feitos de cobaias para testes de produtos de beleza. Alguns animais estavam bem machucados, com a língua cortada, cegos e com tumores. Os beagles foram adotados e hoje vivem bem.
Em novembro de 2015, o rompimento da barragem de Fundão em Mariana (MG) deixou pessoas mortas e desabrigadas. A tragédia só não foi maior porque os moradores foram avisados e conseguiram fugir antes da lama chegar. Mas alguns deixaram seus animais para trás. Rafael, que mora em São Paulo, foi para Mariana para resgatar os animais abandonados. “O mais triste foi que várias pessoas deixaram seus cachorros amarrados, sem chance de fugir para sobreviver”, lamenta Rafael.
O último resgate especial para ele foi agora em janeiro, quando Rafael recebeu um pedido de ajuda de policias ambientais. Eles estavam com 24 cachorros, 8 gatos e 1 galo de um canil clandestino. O proprietário também era acumulador (pessoa que acumula coisas). Alguns cachorros e gatos precisaram ficar internados pelo estado de saúde em que estavam. “Quando recebi o pedido, pensei: ’34 animais?’ Mas sabia que por serem de raça, as pessoas iriam adotar mais rápido”, relata Rafael. A preferência por cachorros de raça em comparação aos vira-latas é nítida. Muitas pessoas se dirigem à ONG e só querem tirar fotos e adotar os cachorros de raça. Rafael promete ser bem rigoroso no processo de adoção dos cães de raça. “Nestes anos de convívio, já aprendi a separar as pessoas que realmente gostam de animais”, finaliza Rafael.
A ONG Cão Leal, agora com os seus novos membros, precisa muito de doações, que podem ser feitas com depósito em conta:
Rafael Leal
Banco Itaú
agência 0384
conta: 57972-8
CPF: 370.463.768-83
Também é possível contribuir com materiais de limpeza, rações de qualidade, guias, sacos de lixo e outros produtos. Basta entrar em contato através do facebook da ONG Cão Leal.