Jovem com diabetes ganha prêmio por trabalho voluntário
Após sobreviver a várias complicações trazidas pela doença, a mineira Roberta Alves decidiu dedicar sua vida a ajudar os outros
Dinheiro, emprego, casa, comida, contas pra pagar, saúde. Entre tantas dificuldades do dia a dia, muitas vezes nos vemos desmotivados, tristes, infelizes, buscando um modo de sobreviver e não de viver de fato.
Ao analisarmos a nossa vida e o nosso cotidiano, encontramos muitos problemas e quase sempre tentamos procurar soluções. A busca por motivação para seguir em frente e enfrentar tudo de cabeça erguida se torna um desafio.
Histórias emocionantes surgem na nossa frente para nos inspirar, basta abrir os olhos para perceber que sempre haverá alguém pior que você e em busca de superação. Entre tantas histórias, encontramos a de Roberta Alves Silva, uma das vencedoras do prêmio Bakken Invitation Award de 2016 pelo seu trabalho com a Associação Educacional em Diabetes (Colônia Diabetes Weekend).
Exemplo
Roberta tem 28 anos, nasceu em Belo Horizonte (MG), e luta desde os 14 anos contra o diabetes. E como se já não bastasse ter que lidar com um problema como esse, o tratamento forte resultou em outros problemas sérios, como insuficiência renal e suprarrenal, hipertireoidismo e hipotireoidismo, síndrome de Schmidt, e dois nódulos benignos nos seios que foram retirados posteriormente.
“A diabetes não é uma doença fácil de controlar, quando eu encontrei uma equipe médica disposta a me ajudar foi o ponto forte do meu tratamento. Já são 14 anos convivendo com isso”, disse Roberta.
Apesar de todos os tratamentos, as idas e vindas em hospitais, estar entre a vida e a morte diversas vezes, ela não teve o apoio familiar, tão essencial para essas situações, principalmente na idade em que foi diagnosticada.
Roberta chegou a passar mal na rua com hiperglicemia severa, e seja pelo destino ou pelo acaso, foi socorrida por um voluntário da Associação Educacional de Diabetes, projeto que oferece assistência para pessoas com a doença. Em 2008, ela se tornou uma das pacientes atendidas pela organização. Recebeu amparo médico e tratamento de forma gratuita, fez diversas amizades e foi através dessa associação que encontrou seu lugar e descobriu como seguir em frente.
“Num primeiro momento, eu tinha o diabetes tipo 1 (Britlle), que tem tratamento e medicação, mas no decorrer do processo foram surgindo outras doenças que me comprometeram bastante em alguns momentos, mas essa mesma equipe médica foi me ajudando, me trazendo uma qualidade de vida diferente”, declarou. Ela tem um tipo grave de diabetes: diabetes hiperlábil. Nesse estágio, o índice glicêmico é instável e sofre grande oscilação.
“Eu conheci o pessoal da colônia em um momento muito inusitado”, afirmou Roberta.
A Associação Educacional de Diabetes, que a ajudou, foi criada pelo Dr. Levimar Rocha Araújo, também diabético. A instituição oferece um programa que acontece três vezes ao ano com profissionais voluntários de diversas áreas da saúde, a Colônia Diabetes Weekend. Bem parecido com uma colônia de férias, o programa realiza diversas atividades em três finais de semana no decorrer do ano dedicadas à educação sobre o diabetes.
Conviver com pessoas que estavam em uma situação semelhante à dela fez com que ela encontrasse sua motivação, e em nenhum momento pensou em desistir. E ao encontrar o seu “lugar ao sol”, ela começou a realizar trabalhos voluntários dentro da associação. Ou seja, além de ser uma paciente, passou a ser uma voluntaria.
“Ao decorrer da minha participação na colônia, as pessoas foram tendo curiosidade sobre como uma menina com tantas doenças, tinha sempre um sorriso no rosto e estava sempre disposta a ajudar outras pessoas”, falou. “A sociedade imprimiu uma imagem sobre quem tem diabetes, então a população não tem tanto conhecimento sobre o assunto.”
O trabalho voluntário se baseava em chamar as pessoas para participar da Colônia, que se expandiu para além de Minas Gerais, além de ajudar no projeto educacional da Associação. Roberta também auxilia na administração do site e da página no Facebook da instituição.
O reconhecimento
Através de todo seu trabalho e sua dedicação, foi selecionada para receber o prêmio da Bakken Invitation Award de 2016, realizado pela Fundação Medtronic. Ela recebeu a doação de 20 mil dólares, destinada à Associação que tanto a ajudou. Roberta disse que usou a própria história para motivar as pessoas: “Eu acabei virando a cara da Colônia por ser alguém que não fala dos problemas, mas que fala de tudo aquilo que a vida proporcionou de bom.”
O prêmio foi uma grande surpresa: “Participar do concurso me confrontou em vários sentidos. Ser escolhida entre tantos inscritos e ter essa honra de ser colocada como um exemplo me fez sentir que é possível fazer, com tão pouco, algo grande. E eu fico muito feliz por poder proporcionar através desse prêmio uma melhoria da associação, esse recurso será revertido para oferecer a mais pessoas a oportunidade de participar da Colônia”, declarou.
Expectativas
Atualmente, Roberta continua com os tratamentos e realizando os trabalhos voluntários na Colônia. Os sonhos continuam falando cada vez mais alto, os planos para um futuro melhor consomem os seus pensamentos, tornando-se uma das suas maiores motivações.
“A minha motivação sempre existiu dentro de mim, sempre acreditei que se você está vivo é porque existe um propósito, e eu encontrei o meu caminho, o meu propósito”, disse Roberta.
Sua vida foi composta por um ato recíproco de voluntariado, que proporcionou grandes conquistas tanto para ela quanto para a Associação Educacional de Diabetes.
“A dor, o abandono, a rejeição, nada disso foi suficiente para tirar o brilho dos meus olhos e o sorriso dos meus lábios”, conclui.
Rosângela Anacleto souza
27/11/2017 @ 12:36
Meu filho tem 20 anos, diabetes desd 3 anos, sofro muito, eu como mãe percebo q sua alta estima é muito abalada, precisamos d ajuda por favor, tenho outra filha esposo q sempre ficam d lado, vivo mais p ele, hj sei q essa proteção atrap muit a vida dele, e minha tbem