Os jovens como protagonistas do futuro
Youth Speak 2016 reuniu centenas de jovens para discutir como melhorar o mundo através de projetos destinados principalmente à educação
Você já deve ter escutado que o jovem é o futuro do nosso país e do nosso planeta, mas o quanto esses jovens estão realmente preocupados com o futuro você ainda não deve saber.
A AIESEC, organização internacional conduzida por jovens e reconhecida pela Unesco, realizou uma pesquisa através do movimento global “Youth Speak”, que ouviu mais de 40 mil jovens em mais de 100 países no ano de 2015. O intuito era saber quais dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030, divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU), gera mais preocupação e tem mais relevância entre os jovens.
Das 17 metas, 22% das respostas foram direcionadas à ‘Educação de qualidade’ como a causa mais importante; em seguida, com 9%, ficou o item de ‘Igualdade de Gênero’.
Mais do que indiciar as principais causas que geram reflexão e preocupação entre os jovens, deve-se procurar alternativas para solucionar esses problemas, e ninguém melhor que os próprios jovens para pensar nas formas de solução.
Youth Speak Forum 2016
Com o objetivo de reunir esses jovens para buscar soluções, a AIESEC realizou o Youth Speak Forum 2016, no dia 13 de julho. O evento deu voz para diversos profissionais de empresas parceiras do movimento, atuantes nas áreas da educação, comunicação, meio ambiente, entre outras, para que eles falassem sobre seus trabalhos e estimulassem a busca por projetos que ajudem na conquista dos objetivos da Agenda 2030.
Estavam presentes quase mil jovens, de diversos estados, e muitos participantes da própria AIESEC, além dos representantes de empresas como Kroton, Raízen e Globo.
“Quando a gente fala que está num evento como esse, é porque em algum momento causas globais se manifestam dentro da gente para que possamos dar um passo à frente, para tomar uma atitude”, afirmou Bianca Weinberg, presidente da AIESEC Brasil.
“Falar do mundo é falar da sua rua, é falar de transformar primeiro as coisas pequenas, de se transformar para poder transformar o mundo” disse Bruno, criador do projeto O Lado B do Capão, no Capão Redondo, Zona Sul de São Paulo.
Educação em foco
Diante de tantos problemas da sociedade, por que esses jovens, que já estão terminando seu ciclo de estudos (ensino médio e faculdade), estão se preocupando mais com a educação?
A resposta é simples: o investimento em educação básica de qualidade transforma as pessoas. Uma criança aprende o tamanho do mundo e suas oportunidades através de uma instituição de ensino. A escola tem uma influência muito grande, é onde a criança aprende o que é inclusão, diversidade, tolerância e cidadania.
A escola é também onde a criança e o jovem aprendem a questionar, a refletir e a se interessar por tudo aquilo que pode fazer do mundo um ambiente melhor para se viver.
Ao contrário do que muitos pensam, não é a infraestrutura que irá dizer que uma escola é boa ou não, mas sim a forma de interação entre os alunos, professores e diretores.
Segundo a Fundação Europeia de Gestão de Qualidade (EFQM), o sucesso de uma escola tem 20% de responsabilidade dos diretores, 30% dos professores e 50% dos alunos.
“Uma educação de qualidade depende essencialmente de bons professores, bons diretores, bons feedbacks para os alunos, interação com os pais, e nada disso é para ser caro”, afirma Mário Ghio, vice-presidente da Kroton Educacional.
Mas diante da crise econômica brasileira, será que existe a possibilidade de os investimentos em educação serem cortados?
“Não existe crise que justifique o corte do investimento da educação”, afirmou Fernando Haddad, prefeito da cidade de São Paulo, que também compareceu no evento Youth Speak 2016.
Projetos destinados à educação
Como já foi mostrado em uma matéria do Observatório do Terceiro Setor que mostra a relação entre o primeiro e o terceiro setor, num evento realizado pela FGV, as Organizações Não Governamentais (ONGs) existem para cobrir as lacunas deixadas pelas políticas públicas, que não conseguem suprir as necessidades básicas da sociedade.
Analisando esse lado, a melhor alternativa para continuar investindo em educação é recorrendo às Organizações da Sociedade Civil (OSCs), como a ONG Ensina Brasil.
Com o intuito de levar educação de qualidade destinada aos jovens do Ensino Fundamental II, a instituição faz o recrutamento de jovens recém-formados na faculdade e prestam apoio de 2 anos enquanto esses jovens lecionam nas escolas públicas dos estados atendidos.
O método Teach for All é reconhecido em grandes Universidades Americanas e está começando a ser implantado no Brasil nos estudos do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
O novo professor pode ser formado em qualquer curso, mas dará a disciplina que envolve sua área, como por exemplo: um engenheiro dará aulas de matemática e física, uma pessoa formada em literatura dará aulas de português e assim em diante.
Para saber mais sobre o projeto, acesse: http://www.ensinabrasil.org/