Garotos e garotas do Brasil
Ah, garotos e garotas desse imenso Brasil… o que estão fazendo com vocês? Genocídio? Massacre? Sim! Principalmente com os negros que moram nas periferias. Abandonados e invisíveis aos olhos do Estado e da sociedade.
São estatísticas que são naturalizadas todos os dias na grande mídia como um espetáculo de imagens. A violência que persiste há séculos no Brasil ainda é gigante e só tem aumentado. Segundo a pesquisa do Atlas da Violência, 45 mil homicídios ocorreram em 2019, sendo 51,3% de jovens entre 15 a 29 anos (23.327 jovens assassinados – 64 mortes por dia). O norte e nordeste são as regiões que lideram esse agravamento das sequelas da questão social.
Políticas públicas, investimento em educação, saúde, moradia, etc… são soluções para esse estado de barbárie? Sim, é um caminho longo a ser construído, mas esse longo caminho não tem como esperar mais. São vidas, sonhos jogados nas ruas cobertos de sangue e dores. São frases de pedido de socorro por garotos e garotas: “mãe, fica comigo”, “por que o senhor atirou em mim?”, “por que não posso andar livremente?”, “eu só quero viver”…
São Julias, Ricardos, Marinas, Marcelos e tantos outros jovens jogados a tal da “sorte”… Que sorte? A vida que quer ser vivida, amada e livre pede socorro. Cadê o socorro? O grito da periferia, do abandono, da revolta, do basta?
É assim que a vida nesse Brasil historicamente violento vai seguindo… garotos e garotas que tentam resistir com suas músicas, danças, poesias…
Jovens que se vestem com as cores do arco-íris, de riso largo, de corpo livre, de fala alta, de olhar que brilha quando estão juntos, como uma tribo unida pela alegria de viver… de querer viver. Sem opressão, sem violência.
Essa história de garotos e garotas precisa ser reescrita. Agora! É hora de luta! Salve a juventude!
“Eu ‘tô’ cansado da alienação
Hoje eu vou fazer uma revolução
Peguei a caneta e parti pra cima
Hoje a história vai ser reescrita. Salve a Juventude” (MC Mestiço)
*A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião do Observatório do Terceiro Setor.