1 em cada 3 homens no Brasil não gosta de ter chefe mulher
Segundo levantamento da Ipsos, 1 em cada 3 homens no Brasil se sentem desconfortáveis quando a chefe é uma mulher
A prisão do procurador Demétrius Oliveira de Macedo, de 34 anos, que espancou a procuradora-geral da prefeitura de Registro, em São Paulo, mostrou o preconceito de gênero que infelizmente ainda existe no país. Segundo testemunhas, o procurador não aceitava ter uma chefe mulher e menosprezava as funcionárias.
Segundo levantamento sobre igualdade de gênero elaborado pela Ipsos, empresa de pesquisa de mercado independente presente em 90 países, 27% (quase um terço) dos brasileiros no Brasil se sentem desconfortáveis quando a chefe é uma mulher.
Quando a análise é feita por gênero, a insatisfação com uma chefia feminina é apontada por 31% dos homens, isso corresponde a 1 em cada 3 homens. Os índices são semelhantes aos de países como Índia, Coreia do Sul e Malásia. Já o público feminino que tem insatisfação com a chefia do mesmo gênero fica em 24%.
Em contrapartida, na Sérvia, apenas 4% dos cidadãos declararam que não se sentem confortáveis com uma superior do sexo feminino. Para a diretora da área de reputação corporativa na Ipsos, Maianí Machado, o dado mostra vieses inconscientes que dificultam a evolução das mulheres na carreira.
“Isso reflete uma questão cultural. Enquanto em países desenvolvidos, a principal ponderação enfrentada para promover a equidade é a igualdade salarial, no Brasil, ainda precisamos debater questões muito primárias, como abuso doméstico, assédio e outros tipos de violência”, diz Maianí.
A profissional acredita que, para reduzir diferenças no mercado, o apoio dos homens é fundamental. Porém, apenas 39% dos brasileiros acreditam que o “cuidado do lar” não vem sendo debatido o suficiente para alcançar a igualdade, contra a média global de 73%.
Fonte: Extra/Globo