15 universidades são responsáveis por 60% da produção científica no país
Essas 15 universidades são públicas; topo da lista é ocupado por USP, Unesp e Unicamp
Por: Mariana Lima
De acordo com o relatório ‘Research in Brazil: Funding excellence‘, 15 universidades públicas são responsáveis por 60% da produção científica no Brasil.
As universidades que estão no topo da lista são todas paulistas (USP, Unesp e Unicamp) e possuem mais de 100 mil trabalhos científicos publicados entre 2013 e 2018. Das outras 12 da lista, 11 são federais e 1 é estadual.
Apenas a Universidade de São Paulo (USP) produziu no período 58.899 pesquisas científicas.
O estudo foi produzido pela empresa Clarivate Analytics, a pedido da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e do Ministério da educação (MEC).
O relatório também aponta que a produção dos trabalhos acadêmicos em colaboração com a indústria vem crescendo no país desde a entrada no seculo XXI, sendo esmagadora a colaboração com as universidades públicas.
De acordo com o relatório, a produção científica no país apresentou um crescimento de 30% durante o período analisado, o equivalente ao dobro da média mundial, de 15%.
Isso coloca o país como o 13° produtor de ciência do mundo em relação ao número de trabalhos publicados, mesmo com os cortes no orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), que ocorrem desde 2014.
É esperado, no entanto, que os resultados dos cortes comecem a aparecer de forma mais clara a partir do próximo ano. Resultados preocupantes já podem ser notados em relação à queda na porcentagem dos trabalhos publicados no país que estão no grupo do 1% e dos 10% de trabalhos mais citados no mundo nos últimos dois anos.
O índice de artigos publicados em parceria com autores estrangeiros apresentou um crescimento de 17,5% entre 2013 e 2015. Mas o cenário mudou entre 2016 e 2018: o aumento nesta colaboração foi de apenas 1,8%.
O relatório esclarece que o Brasil possui núcleos de excelência científica em caráter mundial em algumas áreas de conhecimento, contudo, apresenta problemas em relação ao ineditismo e à relevância internacional de suas pesquisas.
Sobre o impacto das pesquisas no cenário global, o ranking se inverte, e as universidades federais ficam com o topo, com o 1° lugar para a Universidade Federal do ABC (UFABC).