Advogada propõe ODS de igualdade racial durante Fórum da ONU
Advogada brasileira da OAB SP propõe ODS para igualdade racial durante o 3º Fórum Permanente de Pessoas Afrodescendentes da ONU, em Genebra
Por Redação
No âmbito do 3º Fórum Permanente de Pessoas Afrodescendentes das Nações Unidas, realizado em Genebra entre os dias 16 e 19 de abril, a advogada brasileira Ana Carolina Lourenço emergiu como uma figura proeminente na luta pela igualdade racial. Representando a Comissão das Mulheres Advogadas da OAB SP, ela discursou durante o quarto painel, dedicado ao tema “A Segunda Década Internacional para os Afrodescendentes”. O evento, promovido pela United Nations of Human Rights, reuniu líderes globais para discutir estratégias no combate ao racismo sistêmico, justiça reparadora e desenvolvimento sustentável.
A presença de Ana Carolina Lourenço nesse fórum ressaltou a importância da participação ativa de representantes brasileiros na agenda internacional de combate ao racismo. Sua posição como vice-presidente da Comissão das Mulheres Advogadas da OAB SP destacou o compromisso das instituições brasileiras em promover a igualdade racial e reparação histórica para afrodescendentes no contexto da advocacia e do judiciário.
“(…)proponho que o debate sobre raça, cor e etnia seja transversal a todos os órgãos da ONU. Proponho também que seja implementada cotas raciais na ONU, nos cargos de tomada de decisão. Que seja indicada a criação de um ODS que tenha incidência exclusivamente na igualdade racial. Seja recomendado aos países um monitoramento e prestação de contas transparente e eficaz sobre o alcance das metas e políticas públicas que tocam as pessoas afrodescendentes compartilhados neste fórum”, disse Ana Carolina em seu discurso.
A proposta apresentada por Ana Carolina Lourenço para a criação de um Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) específico para a igualdade racial reflete uma necessidade global urgente. Um ODS dedicado a essa causa poderia impulsionar políticas e práticas em nível internacional para combater o racismo sistêmico e promover justiça reparadora. O impacto de tal medida não se limitaria ao Brasil, mas beneficiaria comunidades afrodescendentes em todo o mundo, avançando em direção a sociedades mais justas e inclusivas.
“Precisamos de intencionalidade, especificidade e investimento para alcançarmos uma equidade racial agora, não só no futuro. Não sabemos quantos estarão vivos para contar a história aos que sobreviveram, e recomendarmos a eles para continuarem correndo. Sou jovem, tenho pressa. Quero viver com dignidade, igualdade de oportunidade e resultados. Não quero lutar para sempre. Quero viver bem, plenamente, feliz e brilhar. Como diz Emicida, ‘é tudo para ontem’.” finalizou Ana Carolina.
Dione Almeida, diretora secretária-geral adjunta da OAB SP, elogiou a participação da Comissão Estadual das Mulheres Advogadas em um evento de relevância global como o Fórum da ONU; ela ressaltou que as questões de gênero e raça frequentemente colocam indivíduos em situações de desvantagem e a importância de ações concretas para mitigar essas disparidades.
No contexto das ações implementadas pela OAB SP, destacam-se iniciativas como o Quinto Constitucional, que busca promover a representatividade afrodescendente nos processos de escolha para cargos no Poder Judiciário. Além disso, a obrigatoriedade da criação de Comissões de Igualdade Racial em todas as subseções do Estado e o reconhecimento por meio das medalhas “Esperança Garcia” e “Tereza Benguela” evidenciam o compromisso da Ordem com a justiça e a igualdade.
Fonte: OABSP.