48% das mães brasileiras perdem o emprego após licença-maternidade
A maioria é demitida sem justa causa ou sai por não ter onde deixar os filhos
Por: Isabela Alves
Quase metade das mulheres brasileiras perde seus empregos nos primeiros 12 meses após ter seus filhos, segundo a pesquisa ‘Licença maternidade e suas consequências no mercado de trabalho do Brasil’, realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O levantamento foi realizado com 247.455 mulheres entre o período de 2009 e 2012.
A licença-maternidade é um direito de todas as mulheres que trabalham no Brasil e que contribuem para a Previdência Social (INSS). Também é garantido por lei, o tempo de afastamento mínimo de quatro meses ou 120 dias corridos, e de no máximo seis meses ou 180 dias corridos.
A pesquisa indicou que até o momento da licença, todas as mulheres estão empregadas, mas quando acaba o período de garantia do emprego, os números apresentam uma queda (5%). No sexto mês, o percentual sobe para 15% e ao fim de 12 meses, 48% das profissionais já estão fora dos seus postos de trabalho. A maioria das trabalhadoras foram demitidas sem justa causa ou deixaram o trabalho por não conseguirem conciliar a carreira profissional com a maternidade.
O estudo também mostrou que o índice de mulheres desempregadas após a licença-maternidade varia de acordo com a escolaridade, ou seja, quanto maior o nível de instrução, maiores as chances de manter o emprego.