50% das mulheres passaram a cuidar de alguém na pandemia
Pesquisa ‘Sem parar: o trabalho e a vida das mulheres na pandemia’, realizada pela Gênero e Número, revela como a crise da saúde e o isolamento social acentuaram as desigualdades nas tarefas de cuidado
Por: Mariana Lima
A pesquisa ‘Sem parar: o trabalho e a vida das mulheres na pandemia’ revelou que 50% das mulheres brasileiras passaram a cuidar de alguém durante a pandemia. Deste total, 52% eram mulheres negras.
Os resultados foram obtidos por meio do trabalho da Gênero e Número e da Sempreviva Organização Feminista, com base nas repostas de 2.641 mulheres.
Foram ouvidas mulheres de todas as regiões do país, em área urbana e rural, que responderam ao questionário disponibilizado entre abril e maio.
A pesquisa trata dos eixos que revelam o impacto da pandemia no trabalho, na renda e na sustentação financeira, incluindo o trabalho doméstico e de cuidado realizado de forma não remunerada nos domicílios.
De acordo com a pesquisa, 72% das mulheres que responderam informaram que percepção sobre o trabalho de monitorar ou fazer companhia dentro do domicílio.
A maior percepção deste aumento ficou entre mulheres indígenas e amarelas, com a marca de 100%.
Entre as mulheres que seguiram trabalhando durante a pandemia com a manutenção de salários, 41% afirmaram trabalhar mais na quarentena.
A maior parte delas é branca, urbana, concluiu o nível superior e está na faixa dos 30 anos.
Entre as que responderam que estavam trabalhando mais do que antes da quarentena, 55% eram brancas e 44% eram negras.
No total, 40% das mulheres responderam que a pandemia e a situação de isolamento social colocaram a sustentação da casa em risco.
As mulheres negras são as que mais têm essa maior percepção (55%). No momento da pesquisa, responderam que tinham como principais dificuldades o pagamento de contas básicas ou do aluguel.
O levantamento também trabalhou com o recorte por escolaridade. Foi possível observar que para as respondentes que têm até o Ensino Médio a dificuldade no acesso a alimentos também foi uma preocupação.
Além disso, 58% das mulheres desempregadas são negras, enquanto as mulheres brancas representam apenas 39% das desempregadas.
As mulheres negras representam 61% das mulheres que estão na economia solidária. No entanto, a pesquisa não especifica quais tipos de atividades predominam entre as mulheres que estão na economia solidária.
Além dos aspectos socioeconômicos, a pesquisa apontou que 8,4% das mulheres afirmaram ter sofrido alguma forma de violência no período de isolamento.
Entre as respondentes, 91% das mulheres acreditam que a violência doméstica aumentou ou se intensificou durante o período de isolamento social.
Para acessar o relatório completo, clique aqui.
Fonte: Gênero e Número
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