78,5% dos médicos desaprovam atuação do Ministério da Saúde
Na pesquisa anterior, quando o Ministério estava sob comando de Luiz Henrique Mandetta, a aprovação era de 72%
Por: Isabela Alves
Quase um ano após a chegada da Covid-19 ao país, o Brasil já registrou mais de 220 mil mortes e cerca de 10 milhões de casos confirmados.
Diante deste cenário, a Associação Médica Brasileira (AMB) realizou uma pesquisa para avaliar a atuação do Ministério da Saúde, que está sob gestão de Eduardo Pazuello, general de divisão do Exército Brasileiro.
78,5% dos médicos desaprovam a gestão do governo no combate à pandemia. Na pesquisa anterior, quando o Ministério estava sob comando de Luiz Henrique Mandetta, a aprovação era de 72%.
Um quarto dos médicos entrevistados ainda acredita que a cloroquina e a ivermectina são medicamentos eficazes para combater os sintomas iniciais da Covid, enquanto 15% acreditam que a ivermectina, um vermífugo, pode agir na prevenção da doença.
É importante ressaltar que diversos estudos científicos já afirmaram que eles não funcionam para prevenir ou tratar a Covid-19.
Ainda, 13,8% dos médicos consideram que o corticoide dexametasona é outra opção para os sintomas iniciais da doença, enquanto 8,8% citaram os anticoagulantes (como a heparina) para esse fim.
Esses remédios são utilizados apenas em quadros mais graves da Covid, quando há comprometimento pulmonar igual ou superior a 50%, que exigem internação do paciente.
64% dos médicos informaram que passaram por muitas precariedades, seja entre a equipe, protocolos ou equipamentos para tratar os pacientes, nos serviços de saúde onde atuam.
32,5% reclamam da falta de profissionais (médicos, enfermeiros, entre outros), 27,2% de ausência de diretrizes e protocolos de atendimento e 20,3% da falta de leitos regulares e/ou de UTI.
Já a escassez de máscaras, luvas, aventais, óculos, proteção facial, álcool em gel e/ou outros materiais básicos ainda é um problema para 16,7% dos profissionais.
Oito em cada dez entrevistados relatam que as UTIs estão mais lotadas. Na região Norte, 21,3% têm essa percepção, e, no Amazonas, 54,5%.
Seis em cada dez profissionais apontam estresse e ansiedade no ambiente de trabalho, e um quarto deles já foi infectado pelo coronavírus.
Fonte: Folha de São Paulo