87 pessoas em situação de trabalho degradante são resgatadas em AL
Fiscalização aponta este como o maior resgate de trabalhadores desde 2012
Por Caio Lencioni
O Grupo Móvel de Combate ao Trabalho Escravo, vinculado ao Ministério do Trabalho, encontrou 87 trabalhadores em condições análogas à escravidão no agreste alagoano. Os resgatados trabalhavam na produção de farinha de mandioca em duas casas do Sítio Massapê, em Feira Grande. Entre eles estavam 13 menores, com idades entre 11 e 17 anos.
Para aumentar a renda, os operários faziam jornada de trabalho excessiva, muitos deles começando as atividades por volta da meia-noite e as encerrando às 18h ou 19h. Além disso, muitos funcionários ficavam sem água por horas, já que o empregador não fornecia água potável.
Para completar, o único banheiro disponível para as duas casas estava interditado, fazendo com que o grupo tivesse que fazer as necessidades no mato próximo.
Além das condições insalubres de trabalho, e da presença menores e idosos, a grande maioria dos trabalhadores não tinha carteira assinada. Os 13 menores faziam o mesmo trabalho dos adultos, utilizando facas e outros instrumentos para raspar a casca da mandioca.
A fiscalização aponta também que as máquinas utilizadas para a produção apresentavam riscos graves e iminentes aos operadores e aos demais trabalhadores do local, além do calor escaldante e o pó característico da moagem e secagem da farinha aos quais os operários eram expostos.
O Ministério do Trabalho aponta que esse é o maior resgate de trabalhadores desde 2012.