A doença que “transformava” as pessoas em estátuas e ainda intriga o mundo
A doença de von Economo matou milhares de pessoas, enquanto outras acabaram tornando-se estátuas vivas e passaram o resto da vida presas em seus corpos, sendo impedidas de se movimentar ou até mesmo falar
A doença do sono, ou encefalite letárgica, atingiu cerca de um milhão de pessoas após a Primeira Guerra Mundial e intrigou médicos e profissionais da saúde. Como consequência, milhares de pessoas morreram, enquanto outras acabaram tornando-se estátuas vivas e passaram o resto da vida presas em seus corpos, sendo impedidas de se movimentar ou até mesmo falar.
A enfermidade teria se espalhado mundialmente na mesma época em que a gripe espanhola, tendo o início da epidemia começado por volta de 1915 e 1916.
Na época, os soldados que apresentaram sintomas da doença como sono profundo, chamado de letargia, foram examinados por médicos em Paris e diagnosticados como uma reação ao gás mostarda, bastante usado durante o conflito. Porém, o diagnóstico estava errado.
Após testemunhar os mesmos sintomas em civis, um neurologista de Viena, Constantin von Economo, escreveu um artigo chamado ‘Die Encephalitis lethargica’, descrevendo de forma detalhada a doença. Em pouco tempo seu nome se associou à enfermidade, que passou a ser conhecida como doença de von Economo.
De acordo com relatórios médicos, aproximadamente um terço dos infectados acabou morrendo por causa da doença, enquanto apenas 20% dos infectados sobreviveram, mas necessitavam de cuidados especiais. Menos de um terço teve uma recuperação completa e pôde viver sua vida normalmente.
Os principais afetados foram jovens e adultos de 15 a 35 anos, e os sintomas iniciais eram similares aos da gripe: febre alta, dores de cabeça, sensação de cansaço e coriza. Por esse motivo, muitos não procuravam o médico de imediato, o que dava mais tempo para que o vírus se espalhasse pelo cérebro.
Até os dias atuais não foi possível encontrar uma resposta para a causa da doença ou até mesmo como tratá-la. Diversos cientistas acreditam que essa é uma doença do século passado e que não existem mais riscos. Entretanto, o virologista John Oxford discorda completamente dessa visão. “Eu certamente acho que o que quer que tenha causado poderia atacar novamente. E até sabermos o que causou isso, não poderemos impedir que isso aconteça novamente”, disse John.
Fonte: Aventuras na História
Andréia Gonçalves da Fonseca
25/09/2020 @ 13:24
Eu tenho curiosidade de saber como os pacientes se alimentavam durante a catatonia. Como eram cuidados por décadas. Gostaria de conhecer esses dados específicos.
Muito obrigada,
Andréia Gonçalves da Fonseca.