Abandonados: Brasil tem 4,4 milhões de crianças vivendo na miséria
Crianças que vivem na pobreza extrema enfrentam uma dura realidade, marcada pela fome, o maior risco de contrair doenças e, muitas vezes, o trabalho infantil
O país tinha 4,4 milhões de crianças em situação de extrema pobreza no ano passado. Isso representa 11,5% das crianças de zero e 13 anos de idade. Elas viviam com renda domiciliar per capita inferior a US$ 1,90 por dia, o correspondente a cerca de R$ 150 mensais. Essa proporção chega a 21,5% na região Nordeste do país. Com a pandemia de Covid-19, este ano os números podem ser ainda maiores.
Os dados fazem parte de levantamento inédito do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), a partir da base de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo Daniel Duque, economista do Ibre/FGV, o número de crianças pobres pode ficar ainda pior com a pandemia de Covid-19, que tende a empurrar mais famílias para a pobreza, sobretudo sem uma extensão da distribuição do auxílio emergencial de R$ 600 pelo governo federal por mais meses.
Crianças que vivem na pobreza extrema enfrentam uma dura realidade, marcada pela fome, o maior risco de contrair doenças e, muitas vezes, o trabalho infantil. O acesso à educação de qualidade também tende a ser menor, assim como as chances de se conseguir um trabalho digno no futuro.
Os piores indicadores estão no Nordeste, onde 21,5% da crianças viviam na miséria. Sozinho, o Nordeste concentrava 55% do total nacional de crianças nessa condição. O Norte tinha 18,2% das crianças vivendo com menos de US$ 1,90 por dia.
O levantamento do Ibre/FGV mostra que o número de crianças em situação de pobreza extrema começou a crescer em 2015, ano de forte recessão e inflação de dois dígitos, fatores de redução e corrosão na renda. Naquele ano, 9,1% das crianças viviam em lares com renda per capita de US$ 1,90 por dia.
Fonte: Valor Econômico
Léo Pinto
11/11/2020 @ 23:19
Eu, moro no centro do Brasil É viajo, constantemente e ñ tenho visto esse tanto de crianças e adolescentes que vcs se referem vcs só falam da miséria são fatalistas o Brasil tem jeito e é maior do que tudo isso que vcs falam.
Gilson
28/05/2021 @ 15:15
Saia da sua bolha de porcelana e, assim como eu vejo, você também verá. Visite o bairro de Campos Eliseos em Duque de Caxias, lá você terá uma pequena amostra da miséria que existe debaixo do tapete da classe média.
Marilzan lima de Paiva
16/04/2021 @ 10:49
essas pesquisas são de extrema importância para trazer esclarecimentos no que diz respeito a condição das crianças brasileira, e no que deve ser feito para corrigir esse problema, e reverter esse quadro.
Nora
21/06/2021 @ 00:39
Boa noite. Eu acredito que essas reportagens e documentários servem para mostrar a realidade que existe em algumas regiões, porque o Brasil tem diferentes regiões, umas desenvolvidas e outras que parecem nem pertencer ao mesmo país, tal a precariedade e abandono. É preciso difundir mesmo e também mostrar como se pode ajudar mais, mesmo sem ser rico. Não adianta, a meu ver, fornecer alimentos, esses acabam, não tem como preparar, não tem asseio, não tem água limpa, nem lugar para defecar, etc. Crianças vivem doentes, nuas, sujeitas a muita dificuldade, dormindo muitas vezes no chão. Mesmo as que aparentemente são criadas, precariamente, junto de seus pais, que não tem trabalho e condições também. Algumas pessoas não tem nem documentos, portanto nem existem perante a lei, como pleitear alguma coisa?? Penso que seria preciso criar condições de trabalho na terra, no plantio, fornecer condições de fazerem uma roça comunitária e ocupar essas pessoas para ter condições de produzir seus próprios alimentos. Levar água, fazer o cadastro das pessoas, tirar documentos, ensinar essas pessoas que existem métodos de controle de natalidade. Dar um valor econômico para todas as crianças, mesmo que pequeno, são brasileiros como qualquer outro. O Brasil é imenso, famílias em extrema pobreza poderia ter algumas áreas destinadas ao plantio, por comodato do governo federal. Elas poderiam vender ou trocar uma parte do que produzissem e uma outra, seria destinada ao consumo. Isso com o tempo, poderia ter resultados. Haver mais interesse do governo e incentivo na fabricação de leites de soja ou outros, enriquecidos com suplementos para as crianças e tipos de alimentação como as obtidas da terra. Eu gostaria de obter mais documentários sobre esse tema, como o que foi exibido na noite tv senado de 20/06/2021. A pastoral da criança ajuda de que forma?! Qual instituição ajuda essas pessoas? Que ajuda as igrejas promovem? O que pode fazer as grandes empresas e qual o desconto (porcentagem) do IRPJ? O que pode fazer o cidadão comum? Como recolher doações de bens e utensílios usados, doados pela sociedade e em bom estado para amenizar esse sofrimento? além de remédios e outros itens ?! Obrigada. Se for útil o que eu disse. Outra questão: deveria ser ampliado o limite de idade para adoção se a pessoa tiver condições físicas, econômicas e intelectuais. E também, quais as possibilidade de fazer doações em testamento para instituições que amparam essas pessoas, sem o desvio.
Márcia Cavalcante
25/07/2023 @ 11:44
Muito triste saber que o Brasil, com tantos programas de proteção a criança e ao adolescente ainda apresenta um número enorme de menores abandonados.
Triste e vergonhoso para esses Estados! Usem os recursos para seus fins. Proteger aos menores em situação de risco ou abandono.